quinta-feira, 5 de março de 2015

Capixaba integra movimento extremista contra estrangeiros e seguidores do islamismo



Uma capixaba natural de Vila Velha faz parte de um movimento que tem crescido na Alemanha e atenta contra estrangeiros, principalmente os de origem religiosa islâmica. Batizado de Pegida, é uma sigla em alemão para “Europeus patriotas contra a islamização do ocidente”.

A advogada, de 59 anos, junto do filho universitário de 25 anos e do marido alemão faz parte das manifestações recorrentes que tomam pontos da Alemanha como o que estava R. Mildner, em frente à igreja Frauenkirche, no centro histórico de Dresden.

De acordo com a reportagem de Deustche Welle, publicada na revista Carta Capital, a capixaba gritava em coro com a multidão  "Wir sind das Volk" – "Nós somos o povo" e estava presente à manifestação "Por três motivos principais: contra a corrupção internacional, pela preservação da cultura alemã e, principalmente, contra o extremismo religioso", argumentou a advogada.

Durante a entrevista R. Mildner contou que se lembrava quando liderava o movimento estudantil na Ufes. "Estou emocionada, porque me lembro de quando era jovem e liderava o movimento estudantil na Universidade Federal do Espírito Santo. Hoje o Brasil passa por uma situação política difícil. Meu coração está aqui, mas queria estar lá lutando pelo povo brasileiro", disse ela à publicação.

Os Mildner estão incomodados com os frequentadores de um abrigo para refugiados, que fica próximo à casa da família. "Eles estão roubando, mijando no ônibus. Não se trata de refugiados. São pessoas da Tunísia, do Marrocos, do Kosovo", afirma o alemão J. Mildner, marido da brasileira. "Eu penso que essas pessoas não podem vir para cá. Acho um perigo extremo. Há radicais entre os refugiados, são criminosos. Por isso, estamos aqui."

Segundo A. Mildner, filho do casal, o movimento Pegida não tem natureza racista. "As pessoas tomam partido porque nunca vieram conversar com os manifestantes e saber exatamente o que eles estão fazendo aqui", afirma o estudante de 25 anos, que tem nacionalidade alemã e brasileira. "Dizem que temos preconceito contra todo mundo e, como vocês podem ver, somos uma família que poderia ser tratada como estrangeira. Jamais sofri discriminação."


A mãe diz que, desde que se casou, nunca teve problemas. "Sempre me adaptei e me integrei à sociedade alemã. Sou bem aceita, até já trouxe uma bandeira do Brasil aqui para o protesto", conta. E ressalta que o Brasil precisa ter uma versão do Pegida. "Queremos um 'Pegida Brasil' contra a corrupção, principalmente, e para preservar os valores culturais, educativos e cristãos."

Folha Vitória
Redação Folha Vitória

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