Uma capixaba natural de Vila Velha faz parte de um
movimento que tem crescido na Alemanha e atenta contra estrangeiros,
principalmente os de origem religiosa islâmica. Batizado de Pegida, é uma sigla
em alemão para “Europeus patriotas contra a islamização do ocidente”.
A advogada, de 59 anos, junto do filho universitário de
25 anos e do marido alemão faz parte das manifestações recorrentes que tomam
pontos da Alemanha como o que estava R. Mildner, em frente à igreja
Frauenkirche, no centro histórico de Dresden.
De acordo com a reportagem de Deustche Welle, publicada
na revista Carta Capital, a capixaba gritava em coro com a multidão "Wir sind das Volk" – "Nós
somos o povo" e estava presente à manifestação "Por três motivos
principais: contra a corrupção internacional, pela preservação da cultura alemã
e, principalmente, contra o extremismo religioso", argumentou a advogada.
Durante a entrevista R. Mildner contou que se lembrava
quando liderava o movimento estudantil na Ufes. "Estou emocionada, porque
me lembro de quando era jovem e liderava o movimento estudantil na Universidade
Federal do Espírito Santo. Hoje o Brasil passa por uma situação política
difícil. Meu coração está aqui, mas queria estar lá lutando pelo povo brasileiro",
disse ela à publicação.
Os Mildner estão incomodados com os frequentadores de um
abrigo para refugiados, que fica próximo à casa da família. "Eles estão
roubando, mijando no ônibus. Não se trata de refugiados. São pessoas da
Tunísia, do Marrocos, do Kosovo", afirma o alemão J. Mildner, marido da
brasileira. "Eu penso que essas pessoas não podem vir para cá. Acho um
perigo extremo. Há radicais entre os refugiados, são criminosos. Por isso,
estamos aqui."
Segundo A. Mildner, filho do casal, o movimento Pegida
não tem natureza racista. "As pessoas tomam partido porque nunca vieram
conversar com os manifestantes e saber exatamente o que eles estão fazendo
aqui", afirma o estudante de 25 anos, que tem nacionalidade alemã e
brasileira. "Dizem que temos preconceito contra todo mundo e, como vocês
podem ver, somos uma família que poderia ser tratada como estrangeira. Jamais
sofri discriminação."
A mãe diz que, desde que se casou, nunca teve problemas.
"Sempre me adaptei e me integrei à sociedade alemã. Sou bem aceita, até já
trouxe uma bandeira do Brasil aqui para o protesto", conta. E ressalta que
o Brasil precisa ter uma versão do Pegida. "Queremos um 'Pegida Brasil'
contra a corrupção, principalmente, e para preservar os valores culturais,
educativos e cristãos."
Folha Vitória
Redação Folha Vitória
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