Concerto musical gratuito atrai multidão para mostrar que
a capital da Saxônia é cosmopolita, tolerante e diversificada. No restante da
Alemanha, manifestações contrárias ao Pegida perdem fôlego.
Tantas pessoas se reuniram nesta segunda-feira (26/01) em
frente à igreja Frauenkirche, de Dresden, para um concerto de promoção da
tolerância e da diversidade, que a praça precisou ser fechada. Segundo a
polícia local, aproximadamente 22 mil pessoas assistiram aos shows no centro da
capital da Saxônia.
O evento "Aberto e colorido Dresden para todos"
foi criado para combater a imagem de Dresden como a cidade do Pegida (sigla em
alemão para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente). A
organização anti-islã tem realizado marchas semanais desde outubro de 2014 para
protestar contra uma suposta crescente influência do islã na Alemanha e contra
as políticas de imigração do governo alemão.
A escolha por realizar o evento numa segunda-feira à
noite foi estratégica: o Pegida normalmente realiza suas manifestações nas
segundas, mas teve que antecipá-la para domingo devido ao concerto.
"Queremos mostrar que Dresden é cosmopolita,
tolerante e diversificada, e nós nos esforçamos para que seja calorosa,
principalmente em nossos corações", disse Gerhard Ehninger, membro da
associação "Dresden Place to be", que desde 2014 se engaja por trabalhadores
e estudantes estrangeiros.
A maioria dos artistas compartilhou mensagens de
tolerância e compromisso com os estrangeiros, ao invés de criticar o movimento
Pegida. Exceto a banda Yellow Umbrella, que não se conteve após tocar sua
música "No Pegida".
"É difícil ter uma conversa com o Pegida. As pessoas
dizem: 'O mundo é redondo.' Mas os membros do Pegida então dizem: 'Mas não de
acordo com a minha opinião'", disse o líder do grupo.
Os organizadores do evento esperavam quebrar o recorde de
participantes da marcha do Pegida de 10 de janeiro, que levou aproximadamente
35 mil pessoas às ruas de Dresden. No concerto gratuito, financiado pela cidade
de Dresden, se apresentaram alguns dos artistas mais respeitados na Alemanha.
Entre eles, Herbert Grönemeyer, conhecido pelo papel de protagonista do épico
de guerra de Wolfgang Petersen "O barco Inferno no mar", de 1981.
Manifestações contrárias perdem fôlego
Depois de, uma semana atrás, mais de 50 mil pessoas
protestarem contra o Pegida na Alemanha, esta segunda-feira reuniu
significativamente menos pessoas. Em Düsseldorf e em Karlsruhe, segundo dados
das polícias locais, havia cerca de mil nas ruas. Em Munique foram 2.200, em
Berlim saíram 1.100, em Braunschweig, 2.500, e em Magdeburg aproximadamente
2.200 manifestantes protestaram contra o Pegida.
O maior fluxo foi registrado em Frankfurt, onde vivem
pessoas de 170 nações e 200 línguas diferentes são faladas. Em dois eventos
distintos, aproximadamente 17 mil pessoas protestaram contra o Pegida. Ainda
segundo a polícia local, houve pequenos tumultos e casos isolados de agressões
físicas.
Por outro lado, o número de participantes de
manifestações pró-Pegida continua baixo fora de Dresden. Se na capital da
Saxônia, o movimento reuniu 17.500 pessoas no domingo, o maior número
registrado nesta segunda foi de 1.100 participantes, em Munique.
O Povo Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário