Maioria entra no Brasil pelo AC e aguarda transporte para outros estados.
Empresa encarregada suspendeu o serviço por falta de pagamento.
Desde
2010, quando um terremoto devastou o Haiti, o Brasil vem recebendo muitos
imigrantes do país caribenho. A maioria acaba entrando pelo Acre e fica à
espera de transporte para outros estados, só que a empresa encarregada de levar
os haitianos suspendeu o serviço por falta de pagamento. Com isso, o abrigo em
que eles vivem está superlotado e as condições de higiene são precárias.
Nos últimos dias, o número de imigrantes abrigados em Rio Branco tem aumentado. Hoje já são mais de 900
pessoas, mas o motivo não é que eles estão chegando com mais frequência e, sim,
o fato de não conseguirem sair do local.
“Nós estamos com um débito de R$ 1,7 milhão com a
empresa de transporte e como não temos dinheiro para fazer esse pagamento, nem
nós, nem o Governo Federal está fazendo o repasse no presente momento, a dívida
acumula”, diz Nilson Mourão, secretário de Direitos Humanos do Acre.
O resultado disso é uma superlotação nos abrigos. Em um
deles, que os imigrantes utilizam para dormir, durante à noite, os colchões
ficam todos esticados, mas durante o dia, por falta de espaço, há necessidade
de dobrar tudo para facilitar a circulação no local.
Em outros pontos do abrigo, a situação é ainda pior. Sem
estrutura ou espaços adequados, muitos acabam fazendo as necessidades nos
próprios corredores, em áreas comuns.
Para o secretário de Direitos Humanos do Acre, só existe
uma solução para o problema. “Seria a parte da política migratória. Na medida
em que o governo trabalha com a visão de fronteira aberta para o ingresso de
imigrantes regulares, nós pedimos o repasse dessa ação para que eles assumam a
gestão dos abrigos”, diz.
G1
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