Há décadas que a
Alemanha é a luz na vida de muitos estrangeiros, que escolhem deixar para trás
o país natal em busca de uma vida melhor. A maior economia da Europa, porém,
não parece estar ainda convencida de que a maior parte dos imigrantes chega
para ficar. E com as famílias à pendura. A população nativa alemã está em
decréscimo, a necessidade de mão-de-obra estrangeira é incontornável. Mas o
pretendido é uma mão-de-obra qualificada.
Desde o final da guerra,
houve várias ondas de imigração na Alemanha. De início, o país acreditava que
os estrangeiros ficariam apenas temporariamente e ao fim de alguns regressariam
ao país natal. A história mostrou o contrário. Segundo dados oficiais revelados
em maio passado, a mais recente onda de migração rumo à Alemanha – uma
consequência natural da grave crise económica global – levou por exemplo à
entrada no país de mais de 12 mil portugueses só no ano passado, um aumento de
40 por cento face a 2011. No pódio dos países de onde mais pessoas emigraram
para a Alemanha estão a Polónia (68100), a Roménia (45700) e a Hungria (26200),
num total de mais um milhão de entradas no país só em 2012. Estes juntaram-se
aos milhões de imigrantes que já vem do passado e às gerações seguintes
resultantes dos vários fluxos de imigração nas últimas décadas. Alguns deles –
portugueses incluídos, claro – sem conseguir sequer expressar-se em alemão
mesmo com anos de permanência no país.
É tempo de reagir e
corrigir as políticas de hospitalidade e integração dos estrangeiros na
Alemanha. Essa é a base do que defende Heinz Buschkowsky, presidente da câmara
de Neukölln, uma cidade no distrito de Berlim, no norte da Alemanha, onde se
congregam várias comunidades de imigrantes, nomeadamente turcos. O autarca
defende, sobretudo, o ensino obrigatório da língua alemã às crianças. Ele,
contudo, não está sozinho nesta demanda por uma melhor integração dos
imigrantes na sociedade alemã. Mesmo no sul, em Estugarda, onde prolifera
indústria e existe uma maior hospitalidade aos estrangeiros, que podem inclusive
trabalhar na Função Pública local, há quem fale em mudanças necessárias nas
políticas nacionais de integração dos imigrantes.
Euronews
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