sábado, 7 de setembro de 2013

Cresce o número de estrangeiros vivendo em abrigo improvisado no Acre

Pelo menos entre 20 e 30 haitianos continuam a chegar ao Brasil diariamente, piorando a situação dos mais de 500 estrangeiros que estão hoje abrigados em um galpão no município de Brasileia, na fronteira do Acre com a Bolívia e o Peru. Além da precariedade para acomodar a grande quantidade de pessoas que entra no país, a região enfrenta um problema ainda mais grave, que é a falta de empregos no país para absorver a mão de obra imigrante. Quando o fluxo imigratório alcançou seu auge, no início deste ano, as empresas brasileiras chegavam a contratar até 150 pessoas de uma só vez. Entretanto, hoje, o número de haitianos que conseguem algum trabalho caiu bastante. Apenas de 15 a 25 estrangeiros conseguem colocação diariamente.

Como o volume de entrada de imigrantes tem sido maior do que os que deixam a região, o governo acriano teme que a situação saia do controle e se transforme em caos. “Se o processo não for revertido, vai aumentar o número de pessoas em Brasileia e poderemos chegar ao mesmo patamar de abril, quando tínhamos 1,3 mil imigrantes na cidade”, adverte o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão. “As empresas estão contratando pouco”, observa. Há cinco meses, o município viveu um drama com o grande volume de entrada de estrangeiros, que ficaram alojados precariamente em um clube abandonado, transformado em alojamento não só para os haitianos, mas para cidadãos de outros países.

Segundo Mourão, o processo de imigração dos haitianos, assim como o de outros estrangeiros, continua o mesmo. A porta de entrada é o Equador, considerado país de cidadania global, por não exigir visto de entrada de nenhuma nação. “De lá, as pessoas entram pelo Peru ou pela Bolívia, normalmente por meio de ‘coiotes’, que cobram entre US$ 2 mil e US$ 4 mil para entrada no Brasil, por meio de estradas”, explica o secretário. A maior dificuldade do governo brasileiro é, justamente, enfrentar os grupos de agenciadores, que não estão em território brasileiro, mas nos países vizinhos e no Caribe. “Nenhum dos países envolvidos nessa questão consegue combater os coiotes”, lamenta Mourão.

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