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Divisão de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Umuarama vem realizando
um acompanhamento junto a empresas com grande número de funcionários, incluindo
estrangeiros que vêm à procura de trabalho e de uma vida melhor em Umuarama. A
preocupação é com doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e outras patologias
que possam se disseminar com facilidade, devido ao convívio e contato próximo
entre os trabalhadores.
Além de orientações, a equipe da Saúde realiza testes para identificar casos de doenças e encaminhar os pacientes para tratamento. Numa das empresas visitadas, em três dias de exames foram identificados cinco operários com o vírus HIV (causador da Aids) e outros 12 contaminados por sífilis – entre 508 trabalhadores que aceitaram realizar os testes. No mesmo grupo, foram apurados 14 casos de hepatite (quatro do tipo B e 10 do tipo C). Esta doença, transmitida por relações sexuais, transfusões com sangue contaminado e de mãe para filho, através da placenta, é perigosa e ataca principalmente o fígado do paciente.
Conforme o secretário municipal da Saúde, Luiz Alberto Haiduk, a busca ativa foi definida após o aumento nos casos de DSTs no Pronto Atendimento Municipal. “Devido às condições precárias do país, devastado por terremotos, o Haiti não dispõe de uma estrutura preventiva que oriente a população a evitar as doenças, antes que elas se espalhem. Por isso, casos até de fácil diagnóstico e tratamento acabam se tornando grandes problemas de saúde. As visitas às empresas expandem aos estrangeiros a medicina preventiva e evitam que as doenças continuem sendo transmitidas entre eles e no contato com os brasileiros, ao mesmo tempo em que tratamos e estabilizamos os doentes”, definiu o secretário.
O chefe da Divisão de Vigilância em Saúde, Fábio Barzon, informou que ações semelhantes já ocorreram em outras empresas e o trabalho continuará. Outra ideia da divisão é associar os cuidados com a saúde ao trabalho social que entidades, como a igreja (católica e de outras denominações), tem feito para ajudar os estrangeiros em dificuldades. Há relatos de que alguns grupos sofrem com a falta de alimentos, roupas e móveis. “As entidades estão organizadas para esse auxílio social e nós entramos com a atenção à saúde. Sabemos que há mulheres grávidas entre eles, que não têm o hábito do pré-natal e precisam ser convencidas a realizar os exames periodicamente, para garantir a saúde do bebê”, completou Barzon.
Doenças
Os sintomas da hepatite B incluem icterícia (cor amarelada na pele, membranas mucosas ou olhos), febre, dores de cabeça, náuseas, vômitos e dores musculares. A doença pode se tornar crônica em 10% das pessoas infectadas e provocar cirrose ou até câncer de fígado. A variante do tipo C é transmitida da mesma forma, porém costuma não apresentar sintomas – embora alguns indivíduos desenvolvam icterícia, dores de cabeça e garganta, vômitos e fadiga. O maior perigo é a doença evoluir para cirrose hepática, além do risco de câncer. No Brasil, estima-se em 3 milhões o número de portadoras do vírus da hepatite C.
Já a sífilis é uma doença infecciosa causada por bactéria. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, quando a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. O exame é recomendado a todas as pessoas sexualmente ativas, principalmente gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e morte ao nascer. A sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado, por transfusão de sangue ou da mãe infectada para o bebê, na gestação ou o parto.
Umuarama Ilustrado
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