sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Servidores do IFAC fazem ação em prol dos haitianos


Um grupo voluntário de servidores do Instituto Federal do Acre da Reitoria e do Campus Rio Branco esteve neste fim de semana nos municípios de Brasiléia e Assis Brasil numa ação em prol dos haitianos.

O objetivo das atividades foi realizar um levantamento sobre as condições dos estrangeiros que estão em processo de imigração para o Brasil pelas fronteiras acreanas para elaboração de um programa de atendimento aos mesmos. Foram aplicados 298 formulários em Brasiléia, visando identificar por que escolheram o Brasil entrando pelo Acre, se possuem agravo de saúde, qual a formação profissional, escolaridade e quantos membros da família possuem, entre outros.
Foram observados, por exemplo, que 39,93% dos haitianos que ainda estão em Brasiléia falam pelo menos três idiomas (espanhol, francês e crioulo), mais da metade (54,36%) possuem o ensino médio completo e apenas 1% é analfabeto. Os homens são maioria (80%), sendo que mais de 90% tem entre 20 e 39 anos, sendo 60% solteiros. Entre as áreas profissionais que atuavam em seu de origem estão habilidades em gestão e construção civil. Todos vieram ao Brasil a procura de trabalho e visam chegar em São Paulo (35,57%), Manaus (9,73%), Porto Velho (8,72), Brasília (8,72%) e outros.

Cidadania

Com a tabulação dos formulários será delineado um projeto pensando em auxiliar os haitianos no exercício da Cidadania Brasileira, como noções de direitos fundamentais, saúde e certificação de saberes. A proposta foi uma idéia do próprio reitor do IFAC, Prof. Marcelo Minghelli, prontamente abraçada por um grupo de servidores. “Esperamos que o projeto seja bem aceito em Brasília e que possamos captar recursos para executá-lo o mais breve possível”, reforçou o Prof. Breno Silveira, Diretor Geral do Campus Rio Branco e comandante da ação junto com a Profª Juliana Dantas, Pró-reitora de Extensão.

Com eles participaram na atividade no sábado, dia 21, os colaboradores Antônio Rege Lopes dos Santos, Erlande Nascimento, Gardênia Sales, Dulcione Nascimento, Adma Costa, Amilca Matos de Sousa, Elisangela Terres, Helson Ferreira, Regiane Silva, Marcio Santiago, Josina Maria Pontes Ribeiro de Alcantara, Cleilton Farias, Esmaily Peixoto, João Artur Leão, Charles Roweder e Fabio Oliveira.

Solidariedade

Na oportunidade da aplicação dos questionários junto aos haitianos que estão na fronteira do Brasil no Estado do Acre, uma equipe de servidores viajou também para Assis Brasil, a 343 quilômetros da Capital, para entregar ao Prefeito em exercício, senhor Antonio Ribeiro Cavalcante, 35 sacolões fornecidos pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos como uma doação das igrejas evangélicas. “Nesse caso, nossa missão foi intermediar uma atitude do secretário Nilson Mourão com a Prefeitura do município fronteiriço para que estes façam chegar alimentos aos haitianos que estão vivendo na praça do município peruano de Iñapari” explicou a pró-reitora.

Refúgio

Há dois anos, em janeiro de 2010, o Haiti foi arrasado por um terremoto que matou mais de 200 mil pessoas e deixou cerca de 3 milhões de desabrigados. A pobreza extrema forçou a saída de muitos haitianos em busca de emprego.

O Brasil foi um dos países que melhor recebeu os haitianos, sendo as rotas amazônicas, via os Estados do Amazonas e do Acre, a de custo menor para eles. Mais de 80% chegou ao Acre passando pela República Dominicana, Panamá, Chile, Equador, Peru e Bolívia.

Desde que o Haiti foi destruído, estima-se que mais de 4 mil haitianos entraram gradativamente no Brasil pelo Acre, porém no último mês a solicitação de entrada foi maior e coletiva o que alertou o Governo Brasileiro para tomar medidas de restrição (pedido de visto) e a urgente formulação de políticas para atendê-los. “Hoje, a maioria dos imigrantes está morando em hotéis e pousadas e, segundo os mesmos o dinheiro para o aluguel está acabando, o que pode resultar em uma elevada quantidade de pessoas residindo nas ruas e praças de Brasiléia ou se deslocando para outras cidades do Acre e dos demais Estados brasileiros”, analisa Prof. Breno Silveira.

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