quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

50 anos da fundação da OCPM


Este ano de 2012 será marcado, na Igreja que está em Portugal, pelas celebrações dos 50 anos da fundação da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM).

O primeiro passo para a estruturação de uma pastoral das migrações em Portugal foi dado em 1957 com a participação de D. José Pedro da Silva, Bispo Auxiliar de Lisboa, mais tarde Bispo Titular de Viseu, na primeira reunião do Conselho Supremo das Obras da Emigração, realizada em Roma, tendo este sido nomeado no início de 1958 pela Sagrada Congregação Consistorial, como membro do mesmo Conselho, iniciando-se então uma reflexão cuidada, a nível nacional, sobre a pastoral de assistência religiosa aos emigrantes portugueses dispersos pelo mundo.

Foi em 1962 que a Igreja sentiu necessidade de estruturar um serviço que coordenasse, acompanhasse e apoiasse o trabalho de muitos sacerdotes espalhados pelo mundo a acompanhar as comunidades de emigrantes, e promovesse o acompanhamento dos mesmos emigrantes, onde este não existisse. Assim, é criada oficialmente a OCPM, por portaria patriarcal a 1 de julho de 1962, o que aconteceu 10 anos após a publicação da Constituição Apostólica Exsul Familia, do Papa Pio XII, primeiro grande documento da Igreja sobre a migração e com orientações precisas para a pastoral, e no contexto de abertura do Concílio Vaticano II, o que foi considerado um grande passo no âmbito das atividades pastorais em campo migratório promovidas pela Igreja em Portugal.

O trabalho desenvolvido, ao longo dos anos, nas Comunidades Portuguesas da diáspora, e mais recentemente o acompanhamento dos imigrantes em Portugal, tem traços de uma autêntica epopeia protagonizada por uma inumerável multidão de sacerdotes, religiosos e religiosas, agentes pastorais e leigos. A celebração dos 50 anos é a oportunidade de celebrar e evocar a memória do trabalho realizado mas, sobretudo, a ocasião privilegiada de homenagear aqueles que foram os seus protagonistas, que souberam estar lado a lado com os migrantes, como sinais de esperança e defensores dos seus direitos inalienáveis, escrevendo, com a própria vida, a história da identidade cristã lusa, tornando-a presente nos mais diversos recantos do mundo.

Das iniciativas programadas para as celebrações destaca-se a realização de um encontro internacional de reflexão e partilha a realizar em Lisboa, no Seminário Dehoniano de Alfragide, de 2 a 6 de julho e que procurará congregar os Secretariados Diocesanos da Mobilidade Humana, agentes pastorais e instituições da Igreja que trabalham com os migrantes em Portugal, assim como os missionários e representantes das comunidades de emigrantes portugueses, estendendo-se o convite à participação a representantes das Igrejas de acolhimento dos emigrantes e das Igrejas de origem dos imigrantes que residem em Portugal.

A Semana Nacional de Migrações, que se realizará de 12 a 19 de agosto, será marcada por diversas iniciativas locais e terá o seu ponto alto nos dias 12 e 13, com a Peregrinação do Migrante e do Refugiado a Fátima, a qual será presidida por D. Antonio Maria Vegliò, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e dos Itinerantes.

Para além de uma Conferência Internacional sobre a temática das Migrações, de algumas iniciativas a nível de publicações e de programas nos meios de comunicação social, a história do cinquentenário será publicada em livro, com o título. “A Igreja face oa fenómeno migratório, 50 anos da OCPM”.

As celebrações terminarão com um Seminário e Sessão de Encerramento a 18 de dezembro, Dia Mundial do Migrante, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde serão homenageados os principais protagonistas desta história de 50 anos que tanto dignifica a Igreja e Portugal, pois se continua a existir uma presença da cultura e identidade lusas em muitas partes do mundo, deve-se à presença da Igreja Portuguesa junto das Comunidades.

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