terça-feira, 22 de novembro de 2011

Número de emigrantes está a aumentar



Suíça, França e Angola são os principais destinos de quem procura hoje uma nova oportunidade

O número de emigrantes portugueses está a aumentar e inclui já pessoas de 40 a 50 anos. Os principais destinos de quem procura hoje uma nova oportunidade são Suíça, França e Angola.

Apesar de ser impossível obter dados específicos sobre o número de emigrantes - já que a circulação de pessoas é livre na União Europeia -, o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, admite que o número tem aumentado com o crescimento das dificuldades económicas em Portugal.
«Nós sabemos, nomeadamente pelo reflexo que temos a nível da administração dos consulados e da abertura de novas contas, que há um aumento muito grande» da emigração, disse o governante à agência Lusa.
Os novos emigrantes têm algumas diferenças em relação às chamadas vagas convencionais; a começar pelos destinos, que agora incluem Angola, bem como pela idade de quem vai para for a já que a geração que tem 40 e 50 anos também passou a arriscar.
«A grande diferença é que, até há meia dúzia de anos, não havia uma pessoa de 40 ou 50 anos a emigrar e hoje vêem-se várias. Como se vê pessoas que partem com a família toda atrás e como se vê muita gente qualificada, muita gente com cursos superiores que vai procurar oportunidades lá fora», explicou José Cesário.
Angola junta-se a Suiça e França como locais mais pocurados por oferecerem oportunidades de emprego acrescentando o secretário de Estado que também começa a haver procura para o Brasil.
A maior parte do emprego, admitui o governante, é conseguido nas atividades tradicionais: hotelaria, construção civil e limpezas. Mas «pontualmente há emigração mais qualificada», referiu secretário de Estado explicando que Canadá e a Austrália têm fluxos migratórios periódicos para gente muito qualificada», mas também frisando que «é fácil entrar».
A crise económica e consequente aumento do desemprego também se faz notar na imigração: «Hoje não há praticamente pessoas a entrar em Portugal vindas do exterior. «Pode haver um caso ou outro, mas o que há é pessoas a sair. O que é evidente porque não há empregos», afirmou o secretário de Estado.

Procura já cresceu 58% em 2011

Os números estatísticos atestam o crescimento reconhecido da emigração, pois a procura de oportunidades de trabalho na Europa mais do que duplicou desde 2008, sendo que este ano já cresceu 58 por cento.

De acordo com dados avançados à Lusa pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), a tendência de crescimento da procura de oportunidades de trabalho noutros países europeus - manifestada através do portal da mobilidade profissional Eures - é «claramente notória».
Em novembro de 2008, o portal somava 20.686 candidatos portugueses, número que mais do que duplicou (aumentou 123,5 por cento), tendo chegado este mês aos 46.223 candidatos.
Apesar de admitir que o aumento do número também resulta de um maior conhecimento do portal, o IEFP aponta outro indício que mostra «a adesão crescente dos portugueses à possibilidade» de trabalhar noutro país europeu: a forte adesão ao evento Dias Europeus do Emprego. O evento, que este ano decorreu a 21 e 22 de Outubro em Aveiro, registou o dobro dos participantes do que contava em 2010, chegando às 7.124 pessoas.
O aumento dos emigrantes devido às dificuldades económicas vividas em Portugal é vísivel também através da procura dos serviços Eures junto do IEFP - um número que o IEFP conta que até final do ano ultrapasse as novas inscrições registadas no ano passado, sendo que nos 8 primeiros meses de 2011 já havia 3.876 novos candidatos.
Entre os novos e os que já estavam inscritos, o IEFP contabiliza 26 mil candidatos a trabalhar noutro país europeu, quando no final de 2008 o número se situava em 22.829.

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