terça-feira, 22 de novembro de 2011

Brasil na mira dos estrangeiros



O Brasil passou de terra da emigração para país da imigração. Em um passado muito recente era corriqueiro ouvirmos brasileiros, especialmente jovens, buscando empregos e melhores oportunidades de vida nas terras estrangeiras. Com a crise externa e desempenho da economia brasileira, o cenário mudou. O Brasil que era exportador de mão de obra voltou a ser o país dos imigrantes.
A concessão de vistos de permanência cresceu 67% de 2009 para 2010, enquanto os processos de naturalização dobraram de 1.056 para 2.116. Além dos imigrantes ilegais – perto de 600 mil – em média existem cerca de dois milhões de estrangeiros morando no Brasil. Dados do Ministério da Justiça mostram um aumento de 52,5% no número de regularização de estrangeiros que buscam uma oportunidade de vida no país, saltando de 961 mil registros em 2010 para 1,466 milhões até junho.
Essa mudança de rota se agravou com as recentes quedas de ações em países da Europa, o agravamento do quadro econômico internacional nos últimos meses e o crescimento interno brasileiro, e além da falta de mão de obra de alta qualidade no Brasil. Apenas no primeiro semestre de 2011, 26 mil estrangeiros receberam autorização para trabalhar no país. Vieram atuar em áreas onde faltam brasileiros qualificados, como na indústria de petróleo e gás, que, sozinha, atraiu 8 mil.

O aumento no número de regularização trabalhista aumentou 52,5%. Os portugueses, bolivianos, chineses e paraguaios lideram os índices de elevação da regularização do Departamento de Estrangeiros do Ministério.

A presença de estrangeiros tem crescido fora do tradicional eixo Rio-São Paulo. O Nordeste e o Centro-Oeste, por exemplo, inverteram a tendência dos dois últimos anos e voltaram a atrair mão de obra internacional. Nessas regiões, a presença de trabalhadores importados cresceu 134% e 48%. No Nordeste, nos primeiros seis meses do ano, a quantidade de mão de obra importada já supera a de 2010.

Em Salvador, os coreanos e chineses lideram o ranking, seja no mercado informal, vendendo produtos como sapatos e bolsas ou restaurantes orientais, eles estão espalhados na capital baiana. A maior concentração de asiáticos está no Centro da cidade, que tem desde lojas de importados até pastelaria.
E uma das justificativas para a imigração é a facilidade no Brasil para montar o próprio negócio, além da cultura festiva do povo. “A alegria das pessoas e a facilidade de ser proprietário do estabelecimento é um chamariz, o que na China é muito difícil”, disse o chinês “Bryan”, ( nome que é conhecido ) dono de um restaurante no Largo Dois de Julho.
Em termos legais, os chineses, paraguaios, e os portugueses são os que mais migram para terras brasileiras, em busca de melhores oportunidades de trabalho. Os portugueses lideram - de janeiro a junho deste ano, foram regulamentados 328.826 passaportes, 52.123 a mais do que no período anterior, quando o Ministério da Justiça regulamentou até junho 276.703. Em segundo lugar vem a Bolívia, responsável por 50.640 imigrantes.

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