terça-feira, 29 de novembro de 2011

A nova onda da imigração



Duas situações antagônicas estão criando uma segunda onda de imigração ao Brasil. Nos países do primeiro mundo, a crise econômica está estreitando o mercado de trabalho e, no Brasil, o crescimento do Produto Interno Bruto está atraindo uma massa de trabalhadores de outros países, especialmente da América Latina.

Este fenômeno está sendo monitorado há algum tempo pelo governo. Os levantamentos feitos pelo Ministério da Justiça registram aumentos crescentes e a regularização de estrangeiros para trabalhar subiu 52%. Houve um pulo de 961 mil registros em 2010 para 1,5 milhão até o meio deste ano.

Os imigrantes que encabeçam a lista do Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça são portugueses, bolivianos, chineses e paraguaios. Já a concessão de nacionalidade brasileira dobrou nos últimos anos. Em 2008 foram 1.119 e já em 2010 foram para 2.116 novos brasileiros.

Em 2010, a regularização de passaportes pelo Ministério da Justiça contemplou 276 mil portugueses até junho. De janeiro a junho deste ano, esse número pulou para 329 mil, 52 mil pessoas a mais do que no mesmo período do ano anterior. O Brasil regularizou a situação de 35 mil bolivianos em 2010 e outros 50 mil agora, em 2011. E há ainda crescimento no reconhecimento da migração de chineses e paraguaios.

O Brasil vem adquirindo uma maior visibilidade internacional. Além da evolução dos indicadores sócio-econômicos, o país conquistou o direito de sediar eventos mundiais que aumentarão sua exposição mundial, a exemplo da Copa do Mundo de futebol e as Olimpíadas.

Os dados do Ministério do Trabalho também registram o aumento da presença da mão de obra estrangeira. O País tem hoje taxas de desemprego próximas ao chamado pleno emprego.

O total de autorização temporária para estrangeiros passou de 40 mil em 2009 para 53 mil em 2010. No primeiro semestre de 2010, foram 20 mil. Em período idêntico de 2011, já são 25 mil.

Em relação a trabalhadores permanentes também houve aumento. Foram 1.428 (janeiro-junho de 2010) para 1.861 (janeiro-junho de 2011). O número de “especialistas com vínculo empregatício” foi de 1.714 (janeiro-junho de 2010) para 2.024 (janeiro-junho de 2011).

Estes dados são animadores na medida em que indicam que o Brasil está no caminho certo. Por isso trabalhadores de todo o planeta estão entrando no nosso mercado de trabalho. Mas os números devem servir também de alerta às autoridades que devem acompanhar atentamente este novo fenômeno.


Renan Calheiros
Senador

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