A ONU lançou hoje um
apelo urgente para o acolhimento de 1.300 refugiados "extremamente
vulneráveis" bloqueados na Líbia, após revelações de abusos horríveis de
que são vítimas os migrantes neste país.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Refugiados (ACNUR) precisou, num comunicado, que é preciso encontrar locais
de acolhimento até ao final de março de 2018.
"É um apelo desesperado à
solidariedade e à humanidade", afirmou Volker Turk, responsável pela
Proteção no ACNUR.
"Devemos tirar da Líbia tão depressa
quanto possível os refugiados extremamente vulneráveis", adiantou.
Segundo a Organização Internacional para as
Migrações, 15.000 migrantes definham em centros de detenção oficialmente
controlados pelo governo de união nacional líbio.
Além daqueles, milhares de migrantes que
procuram chegar à Europa estão detidos em centros sem qualquer controlo no
país, destruído por guerras internas e invadido por grupos armados.
"Muitos refugiados, requerentes de
asilo e apátridas são vítimas na Líbia de graves violações dos direitos
humanos, incluindo diferentes formas de tratamento desumano, cruel e
degradantes", alerta o ACNUR.
A agência da ONU para os refugiados
transferiu no início de novembro um primeiro grupo de 25 migrantes vulneráveis
-- 15 mulheres, seis homens e quatro crianças, eritreus, etíopes e sudaneses --
para o Níger.
O ACNUR está a trabalhar para transferir
mais migrantes para o Níger "nas próximas semanas e nos próximos
meses", dada "a deterioração rápida das condições nos centros de detenção
na Líbia", declarou Turk.
O ACNUR precisou que os refugiados
vulneráveis incluem crianças não acompanhadas, mães solteiras, pessoas com
doenças graves e as que foram gravemente torturadas durante a viagem ou a
detenção na Líbia.
"Devemos explorar todas as soluções,
incluindo a reinstalação, a reunião familiar, a transferência para instalações
de emergência criadas pelo ACNUR ou o regresso voluntário", disse Turk.
DNLUSA
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