sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Chegada de imigrantes venezuelanos em Roraima gera situação de emergência

O governo de Roraima decretou situação de emergência social devido ao intenso processo de imigração de venezuelanos para o estado. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado do dia 4 de dezembro.
A portaria é assinada pela governadora do estado Suely Campos (PP) e tem validade de 180 dias. O decreto deixa em alerta as Secretarias de Saúde, Trabalho e Bem Estar Social, Justiça e Cidadania e de
Comunicação para auxiliar os imigrantes.
Desde o final de 2015, Roraima enfrenta o desafio de receber um grande e crescente número de imigrantes venezuelanos que entram no Brasil pela fronteira do estado. Eles fogem da fome, do desemprego e da falta de serviços de saúde no país governado por Nicolás Maduro.
Com a intensa imigração, vários setores do estado, da capital e de Pacaraima, cidade na fronteira entre Brasil e Venezuela é porta de entrada dos imigrantes, foram afetados. Em dois anos, o estado abriu três abrigos no estado. Todos são mantidos em parcerias com ONGs, igrejas e o Acnur da Onu.
O primeiro abrigo aberto foi feito de maneira improvisada no bairro Pintolândia, na periferia da capital. Inicialmente, o local tinha pouco mais de 150 pessoas. No entanto, hoje são cerca de 495 índios venezuelanos da etnia Warao morando no local.
Ao longo de 2017, outros dois abrigos foram abertos em Roraima. Um no bairro Tancredo Neves, também na periferia da cidade, que abriga uma média de 520 não-índios e um em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, que recebe mais de 250 índios.
Imigração em massa
O número de solicitações de refúgio de venezuelanos em Roraima chegou a marca dos 12.193 pedidos de janeiro a setembro de 2017.
Com o aumento da crise econômica e política no país vizinho, este ano a procura já é quase cinco vezes maior que a soma de todos os pedidos feitos de 2014 a 2016.

Por outro lado, o governo do estado estima que 30 mil venezuelanos tenham entrado em Roraima desde 2016. A imigração cresce conforme a crise na Venezuela se alastra nos setores de emprego, alimentos e remédios.
No ano passado, o estado decretou emergência na saúde devido ao grande número de atendimentos médicos prestados aos venezuelanos.
Conforme dados divulgados pela Polícia Federal em Roraima, a maioria dos venezuelanos que migram para o estado são de Caracas, capital do país. Mais de 58% são homens e jovens entre 22 e 25 anos. A maior parte deles são estudantes (17,93%), seguidos por economistas (7,83%), engenheiros (6,21%) e médicos (4,83%).
Nas filas para entrar no Brasil, no município de Pacaraima, os imigrantes relatam que deixam o país vizinho devido a fome e ao desemprego. Muitos deles sonham em recomeçar a vida no Brasil.
Nas ruas de Boa Vista muitos deles estão em busca de trabalho. Nos últimos sete meses, o Ministério do Trabalho no estado (MTE-RR) registrou um recorde na emissão de carteiras de trabalho a imigrantes venezuelanos.
Nesse período foram quase 3 mil carteiras entregues a cidadãos venezuelanos. Em 2015 foram emitidos apenas 257 documentos, já em 2016 esse número saltou para 1.331.
G1
www.miguelimigrante.blogspot.com

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