A
Federação das Associações Europeias de Psicologia (FAEP) apelou hoje a todos os
psicólogos para auxiliarem na crise dos migrantes, ajudando os refugiados a
«ultrapassarem os seus traumas» e as «dificuldades de adaptação» às novas
condições de vida.
O apelo da FAEP, presidida pelo português Telmo Mourinho Batista,
estende-se “a todos os governos e agências europeias, comunidades e entidades
responsáveis”, segundo um comunicado da federação hoje divulgado.
O objetivo é que estas entidades envolvam os psicólogos europeus nos
esforços para lidar com a crise dos refugiados, coordenando a sua atuação com
as associações pertencentes à FAEP, existentes em 36 países.
"Nós temos a responsabilidade de aplicar o nosso conhecimento e
competência” para ajudar os “refugiados a ultrapassarem os seus traumas e as
mais que expectáveis dificuldades de adaptação nas novas condições das suas
vidas, de forma a atenuarmos ao máximo os efeitos desta catástrofe
humanitária”, diz o presidente da FAEP e bastonário da Ordem dos Psicólogos
Portugueses.
A federação lembra que estes refugiados estão a fugir da guerra,
violência, terrorismo, perseguições políticas e pobreza, mas muitos não
conseguem sobreviver à travessia do mar Mediterrâneo “e à exploração dos
traficantes”.
Apesar do apoio humanitário ter vindo “a aumentar e a melhorar” e alguns
países estarem a acolher um largo número de refugiados, “têm sido identificadas
enormes dificuldades em encontrar novos locais para os refugiados viverem e
iniciarem uma nova fase da sua vida”, uma situação que provoca problemas de
saúde psicológica, acrescenta.
O pedido da FAEP surge na sequência das declarações do Alto-Comissário
das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, em que afirmou que
"A Europa não pode continuar a responder a esta crise de forma passiva”.
“Nenhum país poderá fazê-lo sozinho e nenhum país poderá recusar-se a
fazer a sua parte (…). A única forma de resolver este problema é através da
união e da implementação por todos os Estados-Membros de uma estratégia comum,
baseada na responsabilidade, solidariedade e confiança", afirmou António
Guterres, citado no comunicado da federação.
A FAEP também decidiu criar um grupo de trabalho para desenvolver um
plano de ação para os próximos meses.
"Esta crise irá ter consequências a longo prazo e a forma como
iremos lidar com este problema, irá afetar o futuro de milhares de pessoas.
Este é o tempo de atuar e de defender os valores dos direitos humanos”,
sublinhou o presidente da federação.
Diário Digital
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