Motivados
pelo tema e lema da 29ª Semana do Migrante “Migrar é Direito: Tráfico Humano é
Crime!”, migrantes de diversos países latino-americanos, do Haití, do
continente africano, e, de diversas regiões brasileiras se encontraram na manhã
de 22 de junho-2014, na Catedral da Sé, em São Paulo, para a celebração do Dia
Nacional do Migrante.
Antes
do início da celebração, na escadaria da Catedral da Sé houve uma exposição de
faixas, cartazes, fotografias, banners e símbolos da migração que, ajudavam a
reavivar a memória e a sensibilidade para as realidades do povo migrante. Foram
lembradas e denunciadas as violações de direitos, as angústias e desafios na
migração, como os treze trabalhadores migrantes que morreram acidentados nas
obras da COPA 2014, as lutas das famílias migrantes pelo acesso à água, à
terra, ao trabalho decente, à documentação, à saúde, moradia e educação. Mas,
também foram lembradas e anunciadas as ricas contribuições que os migrantes
possibilitam, como as trocas e diversidades culturais, os saberes, a
arte, o trabalho, a persistência e a capacidade de transformação social.
Aos
poucos, a catedral da Sé foi sendo lotada por centenas de migrantes. A
celebração foi presidida pelo Cardeal Dom Odilo Scherer, concelebrada por
padres scalabrinianos. A missa foi transmitida ao vivo pela Rádio 9 de
Julho. Participaram religiosas do CIMI, irmãs scalabrininas e
seminaristas. Houve também a presença de muitos turistas europeus, asiáticos,
norte-americanos que vieram assistir a COPA 2014 e foram visitar a Catedral da
Sé. Eles se mostraram vislumbrados com celebração do Dia do Migrante e a
riqueza dos símbolos apresentados.
Durante
a celebração, Dom Odilo destacou os trabalhos da Missão Paz, no bairro do Glicério, e tantas outras iniciativas
ligadas à Pastoral dos Migrantes e à Cáritas da Arquidiocese de São Paulo. Ele
afirmou que “muitos migrantes que vivem situações que acabam não aparecendo;
situações de fragilidade, de exploração, de trabalho análogo ao de escravos;
outras vezes para o comércio ilegal, drogas, prostituição”. “Nós somos
solidários a todos estes migrantes. Todas as igrejas de nossa Arquidiocese
estão abertas para os migrantes participarem das celebrações, sacramentos,
buscar uma palavra de conforto; aqui estão todos em casa, independentes da
origem – sintam-se em casa!”, completou Dom Odilo.
A
celebração foi muito profunda, animada e emocionante. Nos ritos e liturgias, os
migrantes clamaram por políticas migratórias humanitárias, trabalho decente,
prevenção e combate ao tráfico de pessoas, e, por dignidade humana, sinais
vivos do Reino de Deus.
Alguns
dos momentos mais marcantes foram a procissão de oferendas, quando os migrantes
apresentaram símbolos de suas culturas, de seus trabalhos, de suas esperanças,
de suas lutas e seus sonhos. Ao final, uma procissão com imagens de Nossa
Senhora, padroeiras dos diversos países latino-americanos comoveu muitas
pessoas e expressou a profunda fé dos migrantes.
A
Missa encerrou a Semana do Migrante, que acontece todos os anos nas diversas
comunidades onde os migrantes vivem e participam, expressando sua fé e sua
cultura, segundo sua própria origem.
SPM - Serviço Pastoral
dos Migrantes
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