terça-feira, 24 de junho de 2014

Negros estrangeiros buscam Mama África paulistana

A principal cidade do país com mais negros fora da África tem poucos imigrantes vindos daquele continente. Segundo relatório da Polícia Federal de dezembro de 2013, 3.836 africanos moram legalmente na capital. A Secretaria Municipal de Direitos Humanos diz que, com os ilegais, o total passa dos cinco mil. 
Mesmo assim, o número é muito inferior ao da imigração vinda de nações europeias, sul-americanas e asiáticas (ver tabela ao lado). São 78 mil os portugueses que vivem em São Paulo, bolivianos, 63 mil e japoneses, 36 mil. Os nascidos em Camarões, são apenas 114. 
Por serem poucos, os africanos moradores de São Paulo concentram-se em espécies de guetos localizados, principalmente, no Centro, em bairros como Campos Elíseos, Bela Vista, Brás e Liberdade. Na Zona Leste também existem redutos africanos. Guaianases e Mooca destacam-se. Ainda há a presença de africanos em Santana e Tucuruvi, Zona Norte, e Raposo Tavares, na Zona Oeste. 
Pobreza nacional

Uma das possíveis explicações para a ainda reduzida presença de africanos no Brasil pode ser obtida com as palavras de Adama Konate, de 33 anos, que veio do Mali para São Paulo em 2012. “Na África, o que se fala do Brasil, além do futebol, é sobre a pobreza. Só que quando a gente chega no país percebe que não é assim. O Brasil é um país desenvolvido, rico, com muita coisa moderna. Eu fiquei impressionado. A Copa está valendo para reverter ainda mais essa visão errada.” 
Segundo Paulo Illes, coordenador de políticas para imigrantes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, São Paulo costuma ser local de trânsito de imigrantes africanos. Vem do Senegal a onda imigratória africana que atualmente preocupa Illes. “De 2010 para cá, a quantidade de senegaleses que vieram para São Paulo aumentou numa proporção bem maior do que a de outras nacionalidades africanas”, disse. 
Segundo ele, a anistia aos imigrantes ilegais concedida pelo governo federal em 2009 fez com que muitos africanos  regularizassem a sua situação. “Por outro lado, os que vieram depois disso, como é o caso dos senegaleses, muitas vezes ficam na cidade clandestinamente.”

Diário de Sao Paulo

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