Durante as duas
últimas semanas, uma equipa de arqueólogos e antropólogos exumou 52 valas e
encontrou vários restos mortais de imigrantes por identificar, num cemitério
localizado em Falfurrias, no estado norte-americano do Texas.
Os corpos estavam envolvidos por sacos
de plástico e alguns nem tinham proteção. Uma das valas continha três corpos
dentro de um único saco, outra pelo menos cinco pessoas e outra continha vários
restos mortais espalhados por pequenos sacos de lixo de plástico. Outras valas
continham crânios e restos de esqueletos. O número total de pessoas enterradas
não é ainda claro porque os corpos foram misturados.
A localidade de Falfurrias é uma zona
com um elevado movimento de imigrantes que atravessam a fronteira do México com
os Estados Unidos. No entanto, é também nessa zona que ocorre um maior número
de mortes de imigrantes, muitas devido a ataques de organizações criminosas.
Existe, inclusive, um posto de fiscalização na fronteira que tenta evitar que
os imigrantes se cruzem com os contrabandistas que os matam e deixam os seus
corpos espalhados pelas estradas, mas ainda assim as mortes sucedem-se.
Por outro lado, este é um local onde as
temperaturas atingem valores altíssimos no verão e onde há pouca água e sombras.
Os imigrantes, muitas vezes, morrem desidratados.
Os corpos dos imigrantes terão sido
recolhidos pela polícia e enterrados por uma agência funerária, entre 2005 e
2009, o que deixa sérias dúvidas aos investigadores sobre a forma como são
tratados esses casos. As valas comuns são mais um sinal de sistemas e políticas
de imigração deficientes nos EUA, conhecidos pela sua dificuldade em lidar com
os aspetos humanitários da migração ilegal.
Os investigadores esperam voltar no
próximo ano para exumar mais restos mortais. Já não é a primeira vez que são
encontrados vários corpos de imigrantes em valas comuns naquela zona.
Dario de Noticias
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