Com o tema “Migração
e Liberdade” e o lema “Migrar é direito. Tráfico humano é crime!”, a 29ª Semana
do Migrante nos oferece uma oportunidade importante para refletir, questionar e
fazer ações de prevenção, denúncia e de resgate da dignidade e cidadania das
muitas pessoas que são aliciadas e se tornam vítimas do tráfico humano.
Em tempo de megaeventos esportivos no Brasil,
a Semana do Migrante traz à luz o drama do tráfico de pessoas, abordando o
assunto em consonância com a CF/2014, mesmo porque as vítimas, conforme dados
oficiais, são pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica em processo
de migração. Esta realidade deve nos desinstalar de nosso bem-estar, da zona de
conforto que nos faz indiferentes ao sofrimento dos migrantes que são violados
em sua dignidade e liberdade de filhos e filhas do Criador.
A imagem do cartaz faz pensar na migração como
direito e ato de liberdade, enquanto que o tráfico de pessoas é prática que
viola a dignidade humana, escravizando, explorando e atingindo, em sua maioria,
mulheres, jovens e crianças, para atividades sexuais forçadas, remoção de
órgãos e trabalho escravo, degradante ou em condições ilícitas e precárias.
Cientes desse cenário de dor, temos o compromisso ético de reivindicar
políticas públicas e garantia de meios para que essas pessoas sejam resgatadas,
acolhidas e reinseridas na família e na sociedade.
Migrar é direito, traficar pessoas é um
crime, um problema social grave e, lamentavelmente, uma prática em muitos
países e “uma vergonha para as nossas sociedades que se dizem civilizadas”,
como afirmou o Papa Francisco.
O encontro da Samaritana com Jesus à beira do
poço de Sicar ensina que todos nós queremos ser acolhidos, amados, valorizados,
compreendidos, aceitos. Mas para chegar a esse grau de maturidade no
relacionamento humano-afetivo há que superar e combater o preconceito e a
discriminação nos seus diferentes âmbitos com ações de enfrentamento ao tráfico
humano, onde mais de 80% são mulheres.
As pessoas traficadas devem ser vistas na
condição de vítimas e dessa forma, receber amparo dos direitos humanos. Como
cristãos, nossas atitudes, a exemplo do Mestre, devem ser de acolhida,
misericórdia e solidariedade, porque em cada migrante está impressa a imagem do
próprio Cristo. Por isso, ao acolhê-los temos, como nos ensina o Papa
Francisco, “uma oportunidade que a Providência nos oferece para contribuir na
construção de uma sociedade justa, de uma democracia completa, de um país
inclusivo, de um mundo mais fraterno e de uma comunidade cristã mais aberta, de
acordo com o Evangelho”.
Amados migrantes! Queridos irmãos e irmãs na
fé! Mantenham viva a esperança de que um futuro melhor está reservado também a
vós. Em vossos caminhos, possamos encontrar pessoas generosas capazes de
práticas de acolhida, solidariedade e fraternidade. Abraço aqui as palavras do
Papa Francisco e as faço minhas: “Para todos vós e para aqueles que dedicam
suas vidas e suas energias ao vosso lado eu prometo a minha oração e concedo de
coração a minha Bênção Apostólica”.
+ Jose Ferreira
Salles – Presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes
Diocese de Pesqueira
- Pernambuco
Convidamos-lhes a participar da Missa do Migrante, dia 22 de
Junho, às 11:00, Catedral da Sé, São Paulo-SP. A missa será transmitida, ao
vivo, pela Rádio 9 de Julho. AM 1600.
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