Desde
Junho corrente, a República Sul-Africana (RSA) proibe o uso do certificado de
emergência, vulgo salvo-conduto moçambicano, e o passaporte não digital, vulgo
passaporte Manual antigo, como documento oficial para entrar
naquele, para todos os cidadãos, incluindo os mineiros, que entram naquele país
através dos postos fronteiriços de Ressano Garcia e de Goba. O Governo
moçambicano, através do Ministério do Interior (MINT), confirmou o facto esta
terça-feira (10) e garantiu que vários cidadãos sem o Passaporte Biométrico
foram impedidos de entrar na terra do rand entre os dias 06 e 09 deste mês.
Contudo,
há informações que dão conta de que a proibição está em vigor desde 01 de Junho
em curso. Na África do Sul, o @Verdade contactou a Direcção
Provincial do Ministério do Interior em Joanesburgo para perceber o que se está
a passar em torno deste assunto. O porta-voz da instituição mostrou-se
indisponível para tecer quaisquer esclarecimentos, tendo uma funcionária sénior
nos assegurado que realmente se está a proibir o uso do certificado de
emergência e do passaporte manual.
Segundo a mesma funcionária, o Governo moçambicano devia seguir o
exemplo da Zâmbia, que ao introduzir o sistema de passaporte biométrico criou
uma espécie de lei que obrigava os seus cidadãos a trocarem os documentos
manuais pelos digitais em tempo útil.
Do lado
moçambicano, Joaquim Bule, assessor do ministro do Interior, explicou à
Imprensa que as autoridades sul-africanas tomaram esta decisão sem aviso
prévio, prejudicando, assim, milhares de cidadãos, em particular aos
mineiros que estiveram no país em gozo de suas licenças de fim-de-semana.
Facto
curioso é que mesmo os usuários do passaporte manual cuja validade é até
Dezembro de 2015 foram proibidos de entrar naquele país. As autoridades
sul-africanas alegam que o impedimento visa garantir o cumprimento das
deliberações da Organização Internacional de Aviação Civil,
segundo as quais os passaportes que sejam de leitura não digital para serem
aceites devem ter sido emitidos depois de 24 de Novembro de 2005.
Segundo Joaquim Bule, o Executivo moçambicano soube de oficiais da RSA
que o certificado de emergência só será aceite caso a validade não seja
superior a um dia, isto é, mesmo para casos de emergência. Refira-se que, o
certificado de emergência tem uma validade de três anos.
Sem
avançar números, Bule reconheceu que em Moçambique há uma massiva emissão dos
certificados de emergência (117 meticais), por ser preferência dos compatriotas
uma vez que é mais barato em relação ao passaporte piométrico,
que custa 2.800 meticais.
Todavia, Bule aconselha aos moçambicanos a adquirirem o passaporte biométrico
para não serem apanhados em contra pé, porém, garantiu que a situação está
normalizada e as pessoas podem entrar na RSA sem qualquer impedimento.
Entretanto, se para as autoridades sul-africanas, o único documento
aceite neste momento é o passaporte biométrico, o portador deste documento só
deve, no mínimo, permanecer 24 horas no território sul-africano, segundo apurou
o jornal Notícias. Aliás, a nossa fonte da Direcção Provincial do
Ministério do Interior em Joanesburgo confirma.
O mesmo
matutino reporta que, para além de ver o certificado de emergência cancelado com
base num selo (CANCELLED PASSPORT), os moçambicanos têm estado a
receber uma notificação com os seguintes dizeres “Department of Home
Affairs: Notification to person at port of entry that he or
she is illegal foreigner and is refused admission” (o que traduzido quer dizer:
Departamento dos Negócios Estrangeiros: Notificação à pessoa no porto de
entrada que ele ou ela é estrangeiro ilegal e é recusada a sua admissão).
VERDADE
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