Metade da população de Miami nasceu no exterior. Bandeiras das seleções
latino-americanas que participam do Mundial já cobrem bares e restaurantes
Poucas cidades nos Estados Unidos vivem com tanta intensidade a Copa do
Mundo como
Miami, que acolhe comunidades imigrantes de vários países latino-americanos que
participam do Mundial, que começa nesta quinta-feira no Brasil.
Miami, condado em que metade da população nasceu no exterior, espera
que alguma de 'suas' seleções levante a taça. E as chances são grandes, pois
ali vivem milhares de torcedores de Brasil, México, Argentina, Colômbia,
Honduras, Uruguai, Costa Rica, Chile e Equador.
'Somos os mais barulhentos: temos matracas, trombetas, vuvuzelas e
mariachis no intervalo das partidas', explicou à Agência Efe Erksy Ricaño,
integrante do grupo Mexicanos em Miami, sobre os preparativos para a Copa.
Ricaño garantiu com
orgulho que os cerca de 60 mil mexicanos que vivem no condado poderãoassistir aos jogos da 'Tri', como a seleção mexicana é
conhecida em seu país, e reeditarão a onda popularizada no Mundial do México
1986 usando sombreros e com os rostos pintados de verde, branco e vermelho.
As bandeiras das seleções
latino-americanas que participam do Mundial já cobrem bares
e restaurantes de
Miami-Dade, onde os torcedores empurrarão as equipes mesmo estando distantes de casa,
mas rodeados de compatriotas.
Os atuais campeões
do mundo também
são presença forte no condado e os mais de 30 mil espanhóis, segundo dados do
consulado, estão prontos para celebrar as vitórias da La Roja com vinhos,
presuntos e as tradicionais tapas.
'Para a Espanha não será
fácil porque ela é a seleção a se bater', disse à Agência Efe Javier P.
Palencia, diretor-executivo da Câmara de Comércio Espanha-Estados
Unidos.
Para Miami, no entanto, ainda está fresca na memória o
pentacampeonato brasileiro conquistado em 2002, quando o verde e amarelo
tomaram as ruas da cidade, que celebrou com os brasileiros um esporte que na época
buscava conquistar mais popularidade nos Estados Unidos.
A alegria brasileira volta nesta quinta à área financeira de
Miami, que fechará uma rua para dar as boas-vindas à Copa com dançarinos,
samba, batucada e até um carro alegórico antes da partida inaugural entre
Brasil e Croácia.
O adido cultural da Argentina em Miami, Pedro Sondereguer, disse
que o dia dos pais será completo se a Argentina vencer a Bósnia no domingo, o
que seria um grande começo de torneio para os 50 mil argentinos que moram na cidade.
O dia dos pais na Argentina é comemorado sempre no segundo domingo de junho.
Sondereguer garantiu que Miami é, por excelência, uma cidade onde
existe uma 'rivalidade fraternal' entre as seleções latino-americanas.
Os residentes de origem colombiana e hondurenha também prometem
apoiar suas equipes, pois a maior concentração deles nos Estados Unidos estão
justamente no condado de Miami-Dade, com cerca de 114 mil e 55 mil pessoas,
respectivamente.
A colombiana Estela López, casada com um mexicano, contou que
aposta na seleção de seu país, e na do marido, exceto se elas jogarem uma
contra a outra.
Proprietários de um
restaurante de uma região de Miami conhecida como 'Pequena Buenos Aires' o
casal já prepara a festa para os dias de jogos. 'Certamente virão os
mexicanos, mas aqui na quadra há restaurantes de toda a América Latina,
brasileiros, colombianos, argentinos, cubanos, peruanos e uruguaios'.
'E quem não tiver seu país competindo, imagino que torcerão pelos
Estados Unidos', acrescentou López.
Os Estados Unidos são o país com maior número de imigrantes no
mundo, mais de 40 milhões, e isso se reflete também na seleção, graças aos
jogadores de origem mexicana Omar González e Nick Rimando e colombiana
Alejandro Bedoya.
Todos acreditam que as seleções farão uma boa Copa, mas aconteça o
que acontecer os latino-americanos não perdem o orgulho de ser uma comunidade
otimista. 'A seleção indo bem ou mal, os mexicanos se vestem de verde e vão
torcer', disse à Efe
Andrés Ruiz. EFE
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