Há 11 anos, havia 31 mil estrangeiros permanentes
em Portugal, enquanto que em 2013 eram apenas 17 500. Já o número de emigrantes
cresceu oito vezes no mesmo período
Portugal é cada vez
menos um país atractivo para a imigração. No espaço de uma década, o número de
imigrantes permanentes - com residência em território nacional há mais de um
ano - caiu para quase metade. Os números do Instituto Nacional de Estatística
(INE) mostram que em 2003 havia 31 425 imigrantes permanentes, enquanto no ano
passado eram apenas 17 554 - o que representa uma quebra de 44%. Ressalve-se
que o INE não menciona nenhum valor para o número de imigrantes temporários no
país, embora o último relatório do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)
estimasse em 417 042 imigrantes a viver em Portugal em 31 de Dezembro de 2012,
menos 4,5% do que no ano anterior.
Em contrapartida, e nos mesmos dez
anos, os emigrantes permanentes - portugueses que vivem no estrangeiro há mais
de um ano - aumentaram oito vezes. Se em 2003 eram 6687, em 2013 ultrapassavam
os 50 mil (53 786). Assim, no ano passado, o saldo migratório português
foi negativo, tendo-se registado mais 36 232 saídas do que entradas. Esta é uma
das razões que contribuíram, segundo o INE, para o decréscimo de população
verificado em 2013. Num ano, Portugal perdeu quase 60 mil habitantes: no final
de Dezembro havia 10 427 301 residentes, menos 59 988 que em 2012.
A natalidade continua a diminuir e no
ano passado estabeleceu-se um novo recorde mínimo no número médio de filhos por
mulher: apenas 1,21. No total nasceram 82 787 crianças, menos 7054 que no ano
anterior (-7,9%). O número de mortes até diminuiu 1% -
registaram--se 106 543 óbitos - face a 2012, mas a quebra não foi suficiente
para evitar que o saldo natural tenha sido negativo: em 2013 morreram mais 23
756 pessoas do que nasceram. As contas do INE concluem que no ano passado se
verificaram taxas negativas de crescimento natural de 0,23% (-0,17% em 2012) e
de crescimento migratório de 0,35% (-0,36% em 2012).
CADA VEZ MAIS VELHOS Com o aumento da
esperança média de vida - que no caso das mulheres passou de 80,21 anos no
triénio 2001-2003 para 82,79 anos no triénio 2011-2013, e nos homens de 73,55
para 76,91 -, a quebra constante da natalidade e a diminuição da taxa
de mortalidade, o envelhecimento populacional é cada vez maior.
Jornal I
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