sábado, 8 de setembro de 2012

"Política de imigração republicana é venenosa", diz dirigente democrata


A hora zero se aproxima para Barack Obama e Mitt Romney. Neste momento não há mais o que fazer para convencer aqueles que ainda não decidiram em quem votar ou se irão votar. Porém, as questões mais importantes para os hispânicos continuam as mesmas desde o início da campanha: imigração e economia.
Neste ponto, não se pode voltar atrás e fazer o que ainda não foi feito, de modo que os democratas carregam a bandeira do que conseguiram atingir e insistem no que Mitt Romney não irá fazer. Cecilia Munoz, diretora do Conselho de Política Nacional da Casa Branca, fala exclusivamente ao Terra sobre a capacidade de Obama.
Neste levantamento eleitoral sempre existem culpados e, para Muñoz, eles são republicanos. É por causa deles que não somos capazes de alcançar a reforma da imigração, afirma.
"O presidente sabe como realizar a reforma da imigração, mas precisa de parceiros no Congresso", disse ela.
"Nós temos uma política de imigração altamente venenosa por parte dos republicanos, temos um candidato do partido que diz que a política de imigração deveria ser a autodeportação e que a lei do Arizona é um modelo para a nação. Isto não é uma política que sirva ao país ou a comunidade", acusou.
Em junho passado veio "uma luz no fim do túnel" para milhares de jovens, quando o presidente Obama deu a ordem de suspender a deportação de imigrantes ilegais menores de 34 anos, trazidos aos EUA ilegalmente por seus pais e que estivessem estudando. Desde 15 de agosto, 1,7 milhão de pessoas puderam solicitar permissão para permanecer no país legalmente por mais dois anos.
Ela também afirmou que Obama poderia estender a ação, mas deixou claro, contudo, que o objetivo do presidente não é continuar expandindo essa ação, mas assinar o Dream Act ou uma reforma da imigração. Durante esses quatro anos, o presidente tem procurado dialogar com o Congresso e não tem sido escutado, afirmou.
Os republicanos contra-atacaram dizendo que a ação foi politicamente calculada, porque durante a administração de Obama houve mais deportações do que com o ex-presidente George W. Bush.
Em 2011, 396.906 pessoas foram deportadas. Isso representa 89% a mais do que há três anos, de acordo com o Departamento de Imigração.
A funcionária da Casa Branca disse que o fato de mais imigrantes ilegais terem sido deportados durante o governo Obama não o faz uma pessoa anti-imigrantes ou anti-latinos. Como presidente, ele tem a tarefa de usar os recursos alocados pelo Congresso para isso.
Mas, o que o presidente tem feito é mudar a estratégia de deportações e se concentrar em pessoas que cometeram crimes. Segundo dados oficiais, 55% dos deportados tinham antecedentes criminais.
"Foi dessa filosofia que saiu a ação diferida para sonhadores, por exemplo", Muñoz defendeu.
Sobre a questão do desemprego, Muñoz admitiu que a comunidade latina tem sido muito afetada. No entanto, ela insiste que não é culpa de Obama e a pergunta que os republicanos fazem "se a situação está melhor agora do que há quatro anos não é válida, porque há quatro anos o país estava plena crise econômica".
"O país estava perdendo 800 mil empregos por mês. Este é o presidente que parou a crise", disse ela, explicando que foram criados mais de quatro milhões de novos empregos.
Mesmo com uma taxa nacional de desemprego de 8%, para Muñoz, Obama conseguiu fazer o dever de casa e vai continuar a demonstrar a sua capacidade se for reeleito.

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