quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Além de ponto de partida, América Latina vira centro de destino de tráfico de mulheres, adverte OIM


A OIM (Organização Mundial da Imigração) advertiu, em um relatório veiculado nesta quarta-feira (19/08) que o tráfico de mulheres aumentou substancialmente na América Latina.
O documento, intitulado “Tráfico de Mulheres: outra manifestação de violência contra a mulher”, lançado em razão do Dia Internacional do Combate ao Tráfico de Pessoas (comemorado no dia 23/08), conclui que, em todo mundo, um grande número de mulheres e meninas são vítimas do tráfico de pessoas e que diversos países latino-americanos, antes pontos de origem dessa atividade,  se converteram em ponto de destinos de vítimas capturadas nessa região.
“Os países de destino das vítimas capturadas na América Latina são principalmente a Europa e osEstados Unidos, mas também foi constatado que Brasil, Colômbia, República Dominicana e México recebem mulheres do próprio hemisfério ocidental”.
Ainda mais grave, segundo o documento,é o caso de países centro-americanos, onde, segundo a IOM, o todo o trâmite tráfico ocorre entro da mesma região, embora alguns países se configurem majoritariamente como de origem (Nicarágua, El Salvador e Honduras) e outros como de destino (México, Guatemala e Costa Rica).

O estudo adverte que, apesar de o principal objetivo do tráfico de mulheres ser a exploração sexual, também há diversos casos de exploração laboral, mendicância e extração de órgãos, assim como a exploração dos filhos das vítimas.
A diretora regional do estudo, Ana Hidalgo, afirma que, o fato de uma vítima consegue escapar de seus captores e volta à sua região de origem “não significa o fim do pesadelo, já que, uma vez de volta á sua casa, elas sofrem violenta repressão, voltam a ser vítimas do tráfico ou ficam estigmatizadas por sua família ou comunidade, às vezes sendo obrigadas a pagar as “dívidas” que contraíram para poder migrar”.
A entidade também lamentou pelo fato de que as informações sobre o tráfico de pessoas na América Latina ainda é muito escasso, devido à existência de uma porcentagem muito pequena de vítimas que conseguem escapar em um número ainda menor de pessoas que decide falar sobre o problema.
Durante as entrevistas conduzidas pela entidade para a elaboração do relatório, as vítimas asseguram não estar convencidas da segurança e confiabilidade da oferta de trabalho pela qual são inicialmente aliciadas. No entanto, explicam que a pobreza e a falta de oportunidades de emprego incluíram na aceitação da proposta – muitas mulheres não sabem que, ao migrarem, serão obrigadas a se prostituir.
Dos 214 milhões de migrantes internacionais que se estima existir no mundo, 49% são mulheres. No entanto, essa porcentagem se eleva a 51% no hemisfério ocidental. Nunca, em nenhum outro momento da história, tantas mulheres migraram sozinhas,diz a entidade.
 

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