A OIM (Organização
Mundial da Imigração) advertiu, em um relatório veiculado nesta quarta-feira
(19/08) que o tráfico de mulheres aumentou substancialmente na América Latina.
O
documento, intitulado “Tráfico de Mulheres: outra manifestação de violência
contra a mulher”, lançado em razão do Dia Internacional do Combate ao Tráfico
de Pessoas (comemorado no dia 23/08), conclui que, em todo mundo, um grande
número de mulheres e meninas são vítimas do tráfico de pessoas e que diversos
países latino-americanos, antes pontos de origem dessa atividade, se
converteram em ponto de destinos de vítimas capturadas nessa região.
“Os
países de destino das vítimas capturadas na América Latina são principalmente a
Europa e osEstados Unidos, mas também foi constatado que Brasil, Colômbia,
República Dominicana e México recebem mulheres do próprio hemisfério
ocidental”.
Ainda
mais grave, segundo o documento,é o caso de países centro-americanos, onde,
segundo a IOM, o todo o trâmite tráfico ocorre entro da mesma região, embora
alguns países se configurem majoritariamente como de origem (Nicarágua, El
Salvador e Honduras) e outros como de destino (México, Guatemala e Costa Rica).
O estudo adverte que, apesar de o principal objetivo do tráfico de mulheres ser a exploração sexual, também há diversos casos de exploração laboral, mendicância e extração de órgãos, assim como a exploração dos filhos das vítimas.
O estudo adverte que, apesar de o principal objetivo do tráfico de mulheres ser a exploração sexual, também há diversos casos de exploração laboral, mendicância e extração de órgãos, assim como a exploração dos filhos das vítimas.
A diretora regional do
estudo, Ana Hidalgo, afirma que, o fato de uma vítima consegue escapar de seus
captores e volta à sua região de origem “não significa o fim do pesadelo, já
que, uma vez de volta á sua casa, elas sofrem violenta repressão, voltam a ser
vítimas do tráfico ou ficam estigmatizadas por sua família ou comunidade, às
vezes sendo obrigadas a pagar as “dívidas” que contraíram para poder migrar”.
A
entidade também lamentou pelo fato de que as informações sobre o tráfico de
pessoas na América Latina ainda é muito escasso, devido à existência de uma
porcentagem muito pequena de vítimas que conseguem escapar em um número ainda
menor de pessoas que decide falar sobre o problema.
Durante
as entrevistas conduzidas pela entidade para a elaboração do relatório, as
vítimas asseguram não estar convencidas da segurança e confiabilidade da oferta
de trabalho pela qual são inicialmente aliciadas. No entanto, explicam que a
pobreza e a falta de oportunidades de emprego incluíram na aceitação da
proposta – muitas mulheres não sabem que, ao migrarem, serão obrigadas a se
prostituir.
Dos
214 milhões de migrantes internacionais que se estima existir no mundo, 49% são
mulheres. No entanto, essa porcentagem se eleva a 51% no hemisfério ocidental.
Nunca, em nenhum outro momento da história, tantas mulheres migraram
sozinhas,diz a entidade.
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