terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Jornada “Deslocamentos Contemporâneos” Para lembrar o Dia do Imigrante Italiano



Deslocamentos contemporâneos”. Esse é o nome da jornada organizada pelo Comites BH – Comitê dos Italianos no Exterior, e Istituto Biaggi – Psicoterapia, Psicoanalisi, Cultura e Arte Brasil Italia. O evento, que será realizado nos dia 2 de março, no SESC Centro Cultural JK, na Rua dos Caetés 603, no centro de Belo Horizonte,  conta também com o patrocínio da ACIBRA-MG, a Associação Cultural Ítalo-Brasileira de Minas Gerais, da Seris – Serviços Técnicos industriais e o apoio das Associações Emilia Romagna, Veneto, Toscana e Campania. Os temas tratados estarão relacionados aos caminhos e descaminhos das migrações italianas no Brasil. Isso porque, no dia 21 de fevereiro, comemora-se o Dia do Imigrante Italiano, instituído pelo governo brasileiro para lembrar a significativa realidade dos italianos que vivem no Brasil, uma das maiores comunidades de estrangeiros no País.
A proposta da Jornada é abordar um ângulo ainda pouco refletido a respeito do fenômeno da migração, o que diz respeito aos dramas identitários e afetivos, que, cada vez mais, assumem uma dimensão desafiadora para quem passou a morar longe da sua terra natal.
Está prevista uma rica programação, que vai de apresentações musicais a palestras a respeito da condição de viver, como se diz, numa “Terra de Ninguém, caracterizada pela ambivalência do encontro com o estrangeiro e “ do próprio estrangeiro que habita em nós”, como lembra a psicanalista e psicóloga Maria Bernadete Biaggi, uma das organizadoras do evento.
O fio condutor das temáticas será a Fábula do Maestro Andersen Viana, “A cigarra e a Orquestra”. Acontecerá o show “Io Sono Italiano”, do musico viajante Andrea Zuin, criador do Projeto “Il Cammino della Musica”, vencedor do prestigioso prêmio  “Globo Tricolore 2012”.
Nadando Nu
“O desenraizamento convoca o individuo nas áreas mais primitivas da formação da sua identidade e sua força de enfrentamento advém, basicamente, da bagagem adquirida ao longo de toda a sua existência”, explica Maria Bernadete. Ela  cito Warry Buffet ” Quando a maré baixa, vê-se quem estava nadando nu”.
Diz ainda que o corte/cesura da E/Imigração comporta um impacto no psiquismo e a perda do contexto familiar e social de origem onde os valores e aspectos identitários serão descentrados, visitados por momentos de turbulência e reorganizados, torna-se um importante fator na integração ou no sofrimento no individuo ou no grupo social.
“Acolher o estrangeiro è entrar numa dimensão de hospitalidade, num modo de interação onde se abre o lugar para o paradoxo, uma vez que não trata-se de assimilar as diferenças mas de admiti-las, tolerá-las e deixar fluir rumo à construção do “ENTRE”, da interlocução, da coexistência e não do consenso. A condição para estar com o outro se da justamente no reconhecimento das diferenças, que resultam na ampliação do espaço psíquico e conseqüente movimento das relações intersubjetivas”, conclui Maria Bernadete Biaggi.

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