O país precisa atrair enfermeiras, eletricistas e técnicos da área de tecnologia da informação para continuar crescendo
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmou nesta segunda-feira que o crescimento econômico da Alemanha pode ser prejudicado se o país não conseguir atrair mais imigrantes para preencher postos de trabalho.
Segundo a instituição, embora
países como Espanha e Grécia registrem taxas de desemprego de quase 25%, a
Alemanha não tem conseguido atrair um número suficiente de trabalhadores
qualificados e semiqualificados. A língua alemã é considerada muito difícil e existe
a falsa sensação de que os obstáculos administrativos são elevados.
Segundo o relatório divulgado
pela OCDE, se a Alemanha não introduzir uma política de imigração bem-sucedida
para trabalhadores como enfermeiras, eletricistas e técnicos da área de
tecnologia da informação, isso terá "um impacto muito negativo, não somente
no crescimento potencial, mas também no crescimento econômico real".
Segundo o vice-secretário-geral da OCDE, Yves Leterme, o problema da Alemanha
não é uma política de imigração muito severa. Para ele, o país é um dos membros
da OCDE com menos burocracia e sem limite numérico para os imigrantes.
O problema é a resistência dos
empregadores em contratar estrangeiros e a dificuldade da língua alemã. Segundo
a OCDE, cada vez menos pessoas estão aprendendo alemão na União Europeia e
menos instituições estão oferecendo cursos sobre a língua. Mas as autoridades
alemãs estão trabalhando para contornar essas dificuldades, recrutando
estudantes estrangeiros nas universidades locais e tentando preencher milhares
de vagas de aprendizes em empresas, escolas técnicas e câmaras de comércio.
Segundo Leterme, o número de
imigrantes do sul da Europa na Alemanha está crescendo, "mas esse volume
ainda é pequeno quando comparado com os imigrantes da Europa Central".
Enquanto o número de imigrantes de países como Portugal, Grécia, Itália e
Espanha cresceu 7,6% no ano passado, o volume de imigrantes de países como
República Checa, Estônia, Letônia, Lituânia, Hungria, Polônia, Eslovênia e
Eslováquia saltou 29%.
"A economia europeia
realmente precisa de mais mobilidade profissional. A economia dos EUA, por
exemplo, é resistente a crises devido à imigração em uma base muito permanente,
o que alimenta o mercado de trabalho e a economia", diz o vice-secretário
da OCDE. As informações são da Dow Jones.
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