quarta-feira, 13 de novembro de 2013

ONU pede que Catar melhore condições de trabalho de imigrantes

Depois uma missão de investigação de 8 dias, o relator especial da ONU para os direitos dos imigrantes, François Crépeau, concluiu que é preciso melhorar as condições de trabalho dos estrangeiros no Catar. O emirado sediará a Copa do Mundo de 2022.
Em uma entrevista coletiva, o relator das Nações Unidas declarou que: “Muitos imigrantes enfrentam violações dos direitos humanos no local de trabalho. Alguns não recebem salário ou recebem menos que o salário acordado”, disse François Crépeau. “Também estou preocupado com o nível de acidentes nos canteiros de construção e nas condições arriscadas de trabalho que levam a acidentes e mortes”, concluiu.
Durante a sua missão no Catar, o relator encontrou membros do governo, diplomatas e também visitou os alojamentos dos trabalhadores imigrantes bem como prisões e centros de deportação. Entre as recomendações, a ONU aconselha que o Catar adote um “salário mínimo para todos os trabalhadores, incluindo os empregados domésticos”.
O relator também reiterou que o país deve aplicar  as “leis já existentes” e proibir o “confisco de passaportes” dos trabalhadores estrangeiros, que é uma prática comum no país. O sistema de “kafala” ou de apadrinhamento também deveria ser erradicado, diz a ONU. Segundo esse costume, os empregados ficam atrelados aos seus patrões sem o direito de mudar de emprego.
O Catar tem a “maior taxa de imigrantes em relação à [população local] no mundo. Cerca de 88% da população é formada por trabalhadores estrangeiros”. Apesar de reconhecer que o governo tem feito esforços, ele admitiu que o Catar ainda tem um “longo caminho a percorrer”, avaliou. “A pressão para a Copa do Mundo que acontece em 9 anos vai, provavelmente, trazer soluções que poderão se ampliar para o resto da sociedade”, avaliou.
Em setembro, o jornal britânico “The Guardian” publicou uma reportagem que informava que 44 pessoas trabalhadores morreram entre junho e agosto deste ano em canteiros de obra no Catar. O governo negou os dados. Na próxima semana, a Anistia Internacional publicará um relatório sobre a situação dos imigrantes no Catar.


 Rfi

Nenhum comentário:

Postar um comentário