quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Itália e Malta defendem pressão a Líbia por imigrantes

Itália apelou nesta segunda-feira à União Europeia para pressionar a Líbia a conter as quadrilhas de contrabando de imigrantes da África em barcos superlotados e a evitar naufrágios como o que matou centenas de pessoas no mês passado.
Mais de 360 ​​pessoas morreram afogadas ao largo da costa da Sicília em 3 de outubro. Os imigrantes, em sua maioria eritreus, haviam partido da Líbia, onde contrabandistas os maltrataram e os fizeram pagar milhares de dólares para serem levados à Europa.
"É preciso haver uma iniciativa da UE com a Líbia para tentar gerir de forma diferente as patrulhas e os controles de fronteira", disse o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, após uma reunião com o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, em Valletta.
Os comentários de Letta foram feitos três dias após investigadores da Sicília prenderem um homem por sequestro, extorsão e abuso de alguns dos eritreus que sobreviveram ao naufrágio do mês passado.
As histórias de horror contadas aos promotores italianos pelos imigrantes confirmaram os piores temores de grupos humanitários sobre as condições na cada vez mais instável Líbia.
Dois anos após a derrubada do regime de Muammar Gaddafi, as milícias rivais continuam disputando o poder e o primeiro-ministro foi brevemente feito refém no mês passado.
"Nós devemos enviar uma forte mensagem de que estamos lidando com seres humanos. Isto também significa combater as redes criminosas de pessoas, contrabandistas", disse Muscat.
Itália, Malta e Grécia têm aguentado muito do impacto da crise de imigração de duas décadas da UE e todos pediram mais apoio do bloco europeu.
Na ausência de uma resposta coordenada da UE, a Itália enviou navios de guerra, helicópteros e aviões não tripulados para tentar evitar novas tragédias no mar.
Letta disse que a missão salvou centenas de vidas no mês passado e pressionou os contrabandistas, que ele chamou de "mercadores da morte".
Malta está se preparando para enviar um navio militar à Líbia para ajudar a patrulhar a costa e evitar a partida de embarcações com imigrantes, disse Muscat.
Letta afirmou que a abordagem de toda a UE para o Mediterrâneo ao longo das últimas duas décadas foi equivocada e que a Itália irá pressionar por uma revisão das políticas do bloco, formado por 28 países, quando assumir a Presidência rotativa no próximo ano.
"Precisamos de uma nova política europeia para África e Oriente Médio", disse Letta.

Exame

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