A Hungria faz face
a uma vaga de imigrantes sem precedente. De 2000, no ano passado, o país já
acolheu, este ano, 17 mil. É o maior aumento, em termos de percentagem do
número de habitantes, de todos os países da União europeia.
Resultado, a Hungria não
consegue dar resposta a todos e os refugiados queixam-se.
“Aqui
ninguém quer saber de nós, nem das razões que nos levaram a fugir da Sérvia.
Limitam-se a dizer-nos, olhos nos olhos, que não vamos ter asilo, e é tudo”,
lamenta-se um sérvio.
Este ano, os refugiados
que chegaram vêm de 70 países diferentes. A maioria, por razões económicas, e
não por causa de guerra, dizem as ONG.
Mas
a Hungria é, sobretudo, um país de trânsito, para os imigrantes, pelo que as
autoridades afirmam conseguir lidar com a situação.
“Tendo
em conta que muitos dos que chegam à Hungria deixam o país rapidamente e que
nem sequer esperam pela resposta ao pedido de asilo, aos que realmente ficam,
conseguimos fornecer uma alimentação correta”, garante Zsuzsanna Végh, a
diretora dos Serviços de Imigração.
Com
um tal afluxo, os campos de refugiados precisam de mais pessoal, mas muitos dos
novos contratados, não têm formação para lidar com situações difíceis, como
explica András Kováts, diretor do Menedék, a Associação Húngara para a
Imigração: “Os especialistas que se ocupam deste serviço e o próprio sistema
institucional, por vezes, não fazem as coisas da melhor maneira. De vez em
quando, temos notícias de problemas e conflitos.”
Apesar
da crise, a Europa continua a ser o ‘eldorado’ para os habitantes de muitos
outros países do mundo, que veem na Hungria uma porta de entrada no que pensam
ser o paraíso
E
a situação promete continuar, a acreditar nas palavras de Andrea Hajagos,
correspondente da euronews na Hungria: “Ninguém sabe se o número de requerentes
de asilo vai começar a diminuir em breve ou não. Como a Roménia e a Bulgária
ainda não vão entrar no espaço Schengen no início do próximo ano, a Hungria
continuará a ser a porta oriental da zona Schengen.”
Euronews
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