sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Migrações OCDE prevê aumento de refugiados sírios na Europa

Para o diretor do Departamento sobre Migrações Internacionais da OCDE, "muitos países estão a fazer muito sobre a questão", acompanhada pela Comissão Europeia "que está a pôr à disposição meios financeiros".
"A migração dos países do sul do Mediterrâneo é diferente do que a que está a acontecer na Síria. A Síria está a provocar o aumento dos refugiados que vão para o Iraque, Turquia, Jordânia e Líbano, que são os países vizinhos que já estão a receber pessoas", sublinhou Dumont, referindo que as situações no norte de África, após as "primaveras árabes", são completamente distintas.
"O impacto do que está a acontecer na Tunísia, Líbia e Egito é inferior, e de acordo com as estatísticas do Frontex (Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-membros da União Europeia), as rotas de migração estão a mudar, com consequências terríveis, mas há também um grande fluxo para o leste", disse o responsável da OCDE, sublinhando que, por outro lado, os fluxos da Síria vão aumentar por causa da guerra civil.
De acordo com dados das Nações Unidas divulgados em setembro, desde o início da sublevação síria, em março de 2011, cerca de sete milhões de pessoas, um terço da população da Síria, são deslocados internos e dois milhões já passaram as fronteiras.
Muitos dos refugiados estão em locais onde são ainda vulneráveis à violência, como o Líbano e o Iraque.
O Líbano, com uma população de mais de quatro milhões de pessoas, aceitou o maior número de refugiados da Síria: 760 mil de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mas Beirute admite que possam estar no país um milhão e 300 mil sírios porque há muitos refugiados que não se encontram registados oficialmente.
Perto de 540 mil refugiados fugiram para a Jordânia, onde não existem condições básicas, registando-se falta de água e fornecimento de energia elétrica.
Mais de meio milhão de sírios encontrou refúgio na Turquia e 190 mil fugiram em direção ao Iraque, apesar do aumento da violência junto da fronteira.
Mais de 47 mil sírios tentam asilo na Europa, após um apelo da União Europeia aos Estados-membros, mas que ainda não se materializou totalmente.
Desde o início do ano, deram entrada 13 mil pedidos formais de asilo, incluindo 4.700 na Suécia, 4.500 na Alemanha e 700 em França, de acordo com dados oficiais da União Europeia.
Em setembro, a Suécia tornou-se o país europeu a garantir o maior número de autorizações de residência a todos os sírios que consigam chegar ao país, exceto suspeitos de crimes de guerra.
De acordo com os serviços de emigração de Estocolmo, cerca de 11 mil sírios conseguiu asilo na Suécia desde 2012, prevendo-se um aumento do número de refugiados no país.
A Alemanha anunciou este ano que estava disposta a receber mais cinco mil refugiados sírios, aumentando para 18 mil o número total de cidadãos da Síria no país desde o início do conflito.
Tem-se verificado também um aumento do número de sírios que viajam em direção à Europa utilizando as rotas mediterrânicas em direção à ilha italiana de Lampedusa.
O ACNUR já disse que entre os sobreviventes das embarcações que naufragaram nos últimos meses no Canal da Sicília estavam entre 300 a 400 imigrantes, maioritariamente sírios e palestinianos que utilizaram a cidade de Zwara, no Líbano, como porto de embarque.
Desde janeiro, cerca de 4.600 sírios chegaram a Itália em pesqueiros e embarcações de pequeno porte, três mil dos quais no mês de agosto.


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