Para o diretor do Departamento sobre Migrações Internacionais da
OCDE, "muitos países estão a fazer muito sobre a questão",
acompanhada pela Comissão Europeia "que está a pôr à disposição meios
financeiros".
"A migração dos
países do sul do Mediterrâneo é diferente do que a que está a acontecer na
Síria. A Síria está a provocar o aumento dos refugiados que vão para o Iraque,
Turquia, Jordânia e Líbano, que são os países vizinhos que já estão a receber
pessoas", sublinhou Dumont, referindo que as situações no norte de África,
após as "primaveras árabes", são completamente distintas.
"O impacto do que
está a acontecer na Tunísia, Líbia e Egito é inferior, e de acordo com as
estatísticas do Frontex (Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional
nas Fronteiras Externas dos Estados-membros da União Europeia), as rotas de
migração estão a mudar, com consequências terríveis, mas há também um grande
fluxo para o leste", disse o responsável da OCDE, sublinhando que, por
outro lado, os fluxos da Síria vão aumentar por causa da guerra civil.
De acordo com dados das
Nações Unidas divulgados em setembro, desde o início da sublevação síria, em
março de 2011, cerca de sete milhões de pessoas, um terço da população da
Síria, são deslocados internos e dois milhões já passaram as fronteiras.
Muitos dos refugiados
estão em locais onde são ainda vulneráveis à violência, como o Líbano e o
Iraque.
O Líbano, com uma
população de mais de quatro milhões de pessoas, aceitou o maior número de
refugiados da Síria: 760 mil de acordo com o Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados (ACNUR), mas Beirute admite que possam estar no país
um milhão e 300 mil sírios porque há muitos refugiados que não se encontram
registados oficialmente.
Perto de 540 mil
refugiados fugiram para a Jordânia, onde não existem condições básicas,
registando-se falta de água e fornecimento de energia elétrica.
Mais de meio milhão de
sírios encontrou refúgio na Turquia e 190 mil fugiram em direção ao Iraque,
apesar do aumento da violência junto da fronteira.
Mais de 47 mil sírios
tentam asilo na Europa, após um apelo da União Europeia aos Estados-membros,
mas que ainda não se materializou totalmente.
Desde o início do ano,
deram entrada 13 mil pedidos formais de asilo, incluindo 4.700 na Suécia, 4.500
na Alemanha e 700 em França, de acordo com dados oficiais da União Europeia.
Em setembro, a Suécia
tornou-se o país europeu a garantir o maior número de autorizações de
residência a todos os sírios que consigam chegar ao país, exceto suspeitos de
crimes de guerra.
De acordo com os serviços
de emigração de Estocolmo, cerca de 11 mil sírios conseguiu asilo na Suécia
desde 2012, prevendo-se um aumento do número de refugiados no país.
A Alemanha anunciou este
ano que estava disposta a receber mais cinco mil refugiados sírios, aumentando
para 18 mil o número total de cidadãos da Síria no país desde o início do
conflito.
Tem-se verificado também
um aumento do número de sírios que viajam em direção à Europa utilizando as
rotas mediterrânicas em direção à ilha italiana de Lampedusa.
O ACNUR já disse que entre
os sobreviventes das embarcações que naufragaram nos últimos meses no Canal da
Sicília estavam entre 300 a 400 imigrantes, maioritariamente sírios e
palestinianos que utilizaram a cidade de Zwara, no Líbano, como porto de
embarque.
Desde janeiro, cerca de
4.600 sírios chegaram a Itália em pesqueiros e embarcações de pequeno porte,
três mil dos quais no mês de agosto.
MINUTO
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