sábado, 16 de novembro de 2013

Migrações: Bispos da UE pedem humanidade

A Comissão dos Episcopados Católicos da Comunidade Europeia (COMECE) apelou hoje a uma abordagem “mais humana” na definição de políticas comunitárias de migrações e asilo.
“É necessária uma política de migrações mais coerente na União Europeia, coordenada com outras políticas, como o comércio, a cooperação e os negócios estrangeiros”, destacam os bispos, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Os membros da COMECE manifestaram ainda a sua preocupação com a “xenofobia” que atinge os imigrantes “nalgumas partes da Europa”.
A posição é assumida no final de uma assembleia de três dias, em Bruxelas, dedicado ao tema ‘Migrações e integração’.
Os bispos esperam que a atenção da opinião pública para estes assuntos não se limite aos naufrágios, como o que provocou a morte de centenas de migrantes ao largo da ilha italiana de Lampedusa, a 3 de outubro.
“É preocupante recordar que mais de 20 mil pessoas se afogaram no seu esforço de atravessar o Mediterrâneo, ao longo dos últimos anos”, referem.
A COMECE sustenta que as disposições legais relativas às migrações, “que devem ser respeitadas em todos os casos”, precisam neste momento de “maior flexibilidade e sensibilidade às necessidades humanas”.
“Os países que fazem fronteira com o Mediterrâneo sentem que carregam um fardo muito pesado”, alerta ainda o organismo episcopal, que faz eco de uma carta dos bispos católicos de Malta a pedir “solidariedade”.
Os prelados entendem que a situação exige uma “assistência coordenada” nos países de origem dos imigrantes e o apoio aos países de trânsito.
“Se circunstâncias pacíficas ou condições socioeconómicas nos seus países de origem o permitissem, a maior parte dos que agora optam por emigrar preferiria ficar e viver a sua vida em casa”, assinala o texto.
A nota deixa também um alerta para o tráfico de pessoas que, segundo a COMECE, atinge 880 mil pessoas na União Europeia, “em trabalhos forçados, na indústria do sexo ou como vítimas do tráfico de órgãos”.

OC


Nenhum comentário:

Postar um comentário