A
Comissão dos Episcopados Católicos da Comunidade Europeia (COMECE) apelou hoje
a uma abordagem “mais humana” na definição de políticas comunitárias de
migrações e asilo.
“É necessária uma
política de migrações mais coerente na União Europeia, coordenada com outras
políticas, como o comércio, a cooperação e os negócios estrangeiros”, destacam
os bispos, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Os membros da
COMECE manifestaram ainda a sua preocupação com a “xenofobia” que atinge os
imigrantes “nalgumas partes da Europa”.
A posição é
assumida no final de uma assembleia de três dias, em Bruxelas, dedicado ao tema
‘Migrações e integração’.
Os bispos esperam
que a atenção da opinião pública para estes assuntos não se limite aos
naufrágios, como o que provocou a morte de centenas de migrantes ao largo da
ilha italiana de Lampedusa, a 3 de outubro.
“É preocupante
recordar que mais de 20 mil pessoas se afogaram no seu esforço de atravessar o
Mediterrâneo, ao longo dos últimos anos”, referem.
A COMECE sustenta
que as disposições legais relativas às migrações, “que devem ser respeitadas em
todos os casos”, precisam neste momento de “maior flexibilidade e sensibilidade
às necessidades humanas”.
“Os países que
fazem fronteira com o Mediterrâneo sentem que carregam um fardo muito pesado”,
alerta ainda o organismo episcopal, que faz eco de uma carta dos bispos
católicos de Malta a pedir “solidariedade”.
Os prelados
entendem que a situação exige uma “assistência coordenada” nos países de origem
dos imigrantes e o apoio aos países de trânsito.
“Se
circunstâncias pacíficas ou condições socioeconómicas nos seus países de origem
o permitissem, a maior parte dos que agora optam por emigrar preferiria ficar e
viver a sua vida em casa”, assinala o texto.
A nota deixa
também um alerta para o tráfico de pessoas que, segundo a COMECE, atinge 880
mil pessoas na União Europeia, “em trabalhos forçados, na indústria do sexo ou
como vítimas do tráfico de órgãos”.
OC
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