Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam
que existem 408 estrangeiros residentes em Limeira. Destes, 158 naturalizados.
Do total de estrangeiros, 223 são homens e 185 mulheres. Os dados são do Censo
Demográfico realizado em 2010.
O argentino Eduardo Flores, 71 anos, vive no Brasil há 36 anos.
Professor de espanhol, Flores mudou-se para Limeira em 2005. "Eu dava
aulas em várias escolas em São Paulo e estava cansado do ritmo de lá. É uma
vida muito agitada. Eu gastava seis horas por dia no transporte público. Houve
a oportunidade de vir para Limeira e era o que eu estava procurando, uma vida mais
tranquila", diz ele, que é natural de Buenos Aires.
Na Argentina, Flores trabalhava como gerente gráfico de um jornal. Em
1975, conheceu um empresário brasileiro que procurava alguém com experiência no
ramo gráfico. A oportunidade de um novo emprego e a situação política na
Argentina motivaram a vinda de Flores para o Brasil em novembro daquele ano.
Ele morou durante cinco anos em Brasília. "Cheguei aqui contratado, com
passagem paga e diária de hotel durante quatro meses. Saí da Argentina antes da
chegada dos militares e queria sair dos problemas do governo Peronista. Assumo
isso como um exílio dourado, um exílio disfarçado", brinca.
Depois de Brasília, Flores tornou-se professor em São Paulo e, desde
2005, vive sozinho em Limeira, em uma casa na Vila Queiroz. "Fiz bons
amigos aqui, em Limeira. Moro em uma rua sem saída e é ótimo, não tenho
perturbações e me dedico a escrever".
Dos três filhos de Flores, um vive na Capital do Estado e os outros dois
ficaram em Buenos Aires. "Fiquei viúvo há doze anos e buscava uma vida
tranquila. Consigo chegar ao Centro em, no máximo, dez minutos. O que eu
aprecio em Limeira é a tranquilidade".
FOLHEADOS
Com o objetivo de aprender sobre a produção de joias folheadas, o empresário venezuelano Freddy Rangel, 42 anos, tomou uma decisão estratégica há 12 anos - vir a Limeira. Após tornar-se sócio de uma empresa venezuelana que comercializava joias para toda a América do Sul, ele decidiu vir ao Brasil junto com a esposa e o filho, de 1 ano. "Já conhecia Limeira desde 1997, sabia que aqui era o polo de desenvolvimento de joias. Nós não sabíamos produzir naquela época", diz.
Com o objetivo de aprender sobre a produção de joias folheadas, o empresário venezuelano Freddy Rangel, 42 anos, tomou uma decisão estratégica há 12 anos - vir a Limeira. Após tornar-se sócio de uma empresa venezuelana que comercializava joias para toda a América do Sul, ele decidiu vir ao Brasil junto com a esposa e o filho, de 1 ano. "Já conhecia Limeira desde 1997, sabia que aqui era o polo de desenvolvimento de joias. Nós não sabíamos produzir naquela época", diz.
A princípio, a mudança ocorreria para Miami, nos Estados Unidos, onde
seriam criados pontos de comercialização da empresa. Porém, após os ataques às
Torres Gêmeas, em 2001, a situação ficou mais complicada, burocrática e
perigosa. "Era um ambiente ruim, não tínhamos necessidade de ficar ali.
Foi então que viemos para Limeira com a cara e com a coragem, como dizem os
brasileiros".
A princípio, a mudança para Limeira seria temporária. A intenção era
aprender o processo de produção dos folheados e voltar para a Venezuela. A
partir de 2005, no entanto, a empresa de Freddy começou a prosperar. "Não
tínhamos planos de ficar. Foram três anos apanhando e em 2005 houve uma evolução
da empresa. Meu filho, Simon, também entrou na escola e os pais dos amigos dele
viraram nossa família. Passamos Natal com eles. Fomos muito bem
acolhidos", diz o empresário, que é natural de Guaira, cidade próxima a
Caracas, a capital venezuelana. "Eu era empresário de conhecimento
empírico. Em Limeira, fiz um Master em administração. Foi essencial".
A empresa de Freddy emprega 66 pessoas e atende 80% do mercado externo,
a partir de design de joias, galvânica e comercialização. Ele vê Limeira como
uma cidade de oportunidades. "Vejo muitas oportunidades de crescimento
aqui. Há várias empresas chegando e isso é muito proveitoso. Nós vimos a cidade
crescer nesses 12 anos", analisa. "Nossa empresa, por exemplo, está
apenas começando no mercado interno, o que já tem dado bastante resultados.
Pretendemos abrir uma filial em São Paulo".
Somente o trânsito de Limeira é uma das reclamações do empresário.
"Antes, você nunca ficava em uma fila. Hoje, demoro 20 minutos para chegar
em casa".
Em 2007, Freddy teve mais uma filha. Desta vez, uma menina. "Sofia é uma brasileirinha. Até já samba", brinca.
Em 2007, Freddy teve mais uma filha. Desta vez, uma menina. "Sofia é uma brasileirinha. Até já samba", brinca.
Hoje, o empresário, a esposa e o filho são naturalizados brasileiros.
" Naturalizamo-nos por opção. Fomos muito bem acolhidos. Só tenho que
agradecer ao Brasil. Temos muitos sonhos ainda aqui, em Limeira".
Jornal de Limeira
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