Por ocasião da 99º
Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado de 2013 que celebraremos no dia 13 de Janeiro, quero sublinhar alguns elementos importantes especialmente
para nós, missionários scalabrinianos, que há 125 anos nos colocámos ao serviço
de tantos homens e mulheres que vivem a experiência da migração.
Como foi recordado
recentemente na conferência de imprensa promovida pela Fundação Migrantes da CEI (Conferência Episcopal Italiana),
os cristão, e sobretudo nós que somos missionários para os migrantes, fazemos
parte da «Igreja que caminha com os homens»: este ponto assente emerge com a
mesma clareza, mesmo após 50 anos, na encíclica Gaudium et spes do Concílio Vaticano II, que o Papa
Bento XVI cita na sua mensagem por ocasião do evento deste domingo.
Uma tal proximidade da
Igreja, que é pela sua natureza Mãe da humanidade, traduz-se no empenho
concreto de «transformar o caminho do desespero de tantas pessoas –
actualmente, as estimas da ONU calculam 214 milhões de migrantes no mundo, dos
quais cerca de 160 milhões são migrantes económicos e 60 milhões são refugiados
e prófugos – num caminho de esperança é um empenho, um desafio educativo para
as nossas comunidades civis e religiosas, se não queremos que este caminho de
desespero resulte num novo conflito social», como foi recordado pelo Mons.
Giancarlo Perego, director da Fundação Migrantes da CEI.
Os temas ligados à
migração são muitos e, infelizmente, a maior parte permanece ainda sem
discussão ou resolução: o direito ao trabalho e à cidadania, as numerosas
discriminações e também a influência da actual crise económica no complexo
fenómeno da mobilidade humana. Aquilo que me parece cada vez mais evidente,
olhando o futuro e as novas gerações, é a passagem necessária, em vários países
entre os quais a Itália, do conceito de jus
sanguinis àquele de jus solis, um facto não apenas
jurídico, mas substancial já que permitiria a 650 mil menores de idade,
nascidos em Itália de pais estrangeiros, de viver como cidadãos de pleno
direito e não como equilibristas no fio da própria identidade. Chegou o tempo
de trabalhar juntos, Igreja e instituições, cada qual no seu âmbito específico,
para que este reconhecimento seja visto por todos na óptica de uma sempre maior
integração e acolhimento verdadeiro da humanidade migrante.
A minha é apenas mais
uma voz que se une às de tantos bispos, que em vista da 99º Jornada Mundial do
Migrante e do Refugiado, recordam que «a imigração não é um problema simples:
evoca paixões e debates sobre a segurança nacional, económica, legal e social.
No entanto, também é verdade que – tal como evidencia o presidente da FundaçãoMigrantes,
Mons. Paolo Schiavon – ela abrange também a dignidade fundamental e a vida da
pessoa».
Desejo a todas as
comunidades scalabrinianas espalhas pelo mundo de celebrar, embora com formas e
tempos distintos, esta Jornada que a Igreja escolheu dedicar, há quase um
século, aos migrantes de todo o mundo. O bem-aventurado fundador, Mons. João Baptista
Scalabrini, pai dos migrantes, apoie e multiplique os nossos passos ao lado da
humanidade em caminho.
Roma, 10 janeiro
2013
Pe. Alessandro Gazzola, cs
Superior Geral
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