Obama detalhou abertamente detalhes de
sua agenda para o segundo mandato: “Tenho bastante confiança que poderemos
realizar uma reforma migratória”
Não há dúvidas que a decisão tomada por 71% dos
eleitores latinos criou a oportunidade ideal para a mudança da legislação que
permitiria uma reforma migratória ampla. Os resultados eleitorais são
dramáticos; após uma batalha de 5 anos contra qualquer tipo de reforma
migratória, alguns republicanos começaram a levar em consideração alguma
plataforma sobre o tema na tentativa de melhorar a imagem do seu partido junto
ao eleitorado em geral.
Durante uma recente conferência de imprensa, o
Presidente Obama detalhou abertamente detalhes de sua agenda para o segundo
mandato: “Tenho bastante confiança que poderemos realizar uma reforma
migratória”, publicou o diário Washington Post. “A minha expectativa é que
tenhamos um projeto de lei apresentado e comecemos o processo junto ao
Congresso logo após a minha posse”.
O Presidente detalhou o seu plano de anistia
como “eu acho que deveria haver a possibilidade de legalização para aqueles que
vivem no país, não estejam envolvidos em atividades criminosas, estejam aqui
simplesmente para trabalhar. É importante que eles paguem os impostos
atrasados. É importante que eles aprendam inglês. É importante que eles paguem
uma multa; mas que também tenham a possibilidade de legalizar seu status no
país”.
Além disso, Obama repetiu o seu apoio ao DREAM
Act, frisando que deseja realizar uma anistia administrativa temporária, o
deferred Action for Childhood Arrivals (DACA), um programa que oferece a
oportunidade de legalização aos jovens que foram trazidos ilegalmente aos EUA
ainda na infância, explicou o advogado brasileiro, Moisés Apsan.
O Presidente deixou claro que a administração na
Casa Branca já está atuando com membros do Congresso em uma proposta
migratória. Houve surpresa após a derrota republicana, quando o porta-voz da
Casa dos Representantes, John Boehner, indicou que os legisladores republicanos
estão dispostos a cooperar com a imigração.
“Estou confiante que o Presidente, eu e outros
possam chegar a um denominador comum na resolução desse problema de uma vez
para todas”, disse Boehner, publicou o Washington Post.
Agora, Carlos Gutierrez, que representou a
tentativa do candidato presidencial republicano Mitt Romney durante sua
campanha, mudou de tom ao juntar-se ao crescente número de republicanos que
desejam uma reforma migratória. Em uma entrevista ao Los Angeles Times, o
republicano Mário Diaz Balart (R-Fla) disse que “há muito tempo, ambos os
partidos utilizaram a imigração como arma política, entretanto, chegou a hora
de encontrar uma solução bipartidária”.
O Presidente Obama afirmou que já “percebe
sinais” de que os republicanos estão mudando seu ponto de vista e sua
administração iniciará conversações logo após a sua tomada de posse em janeiro.
Autoridades na Casa Branca, provavelmente, não apoiarão propostas limitadas
sobre o tema, pois percebem a oportunidade única de abordarem o assunto no
próximo Congresso. Como disse Obama: “Temos que aproveitar o momento”.
Dois velhos amigos, os senadores Charles E.
Schumer (D-NY) e Lindsey Graham (R-SC) falaram após as eleições presidenciais
sobre a apresentação de um projeto de lei que teria chance de passar em 2013.
“Se eles realmente querem acabar com a ilegalidade, então, as coisas são
possíveis”, disse o Senador Jeff Sessions (R-Ala.). “Nós lutaremos de forma justa
e com compaixão no que diz respeito às pessoas que estão ilegalmente aqui”.
O Senador Robert Menendez (D-NJ) manifestou o
mesmo sentimento que o presidente reeleito, quando disse “nós não teremos uma
segunda oportunidade de apresentar essa proposta, portanto, queremos fazê-lo
imediatamente”.
O legislador Vern Buchanan (R-Longboat Keys)
também parece disposto a abordar o tema migratório. “Há tempo demais o
Congresso ignorou o nosso sistema migratório ultrapassado”, disse ele.
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