segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Um quarto dos imigrantes tem trabalho abaixo das qualificações


Um em cada quatro estrangeiros residentes em Portugal exerce funções abaixo daquelas para as quais está qualificado. A conclusão está contida num relatório do Eurostat sobre migrações na Europa a 27, segundo o qual 25% dos estrangeiros residentes em território nacional são excessivamente qualificados para o trabalho que exercem, enquanto entre os portugueses a taxa se fica nos 14%.

Apesar desta diferença, Portugal está longe de ser o país que pior sai na fotografia na Europa a 27: na Grécia, por exemplo, 62% dos imigrantes exercem funções abaixo das suas qualificações, enquanto entre os gregos a taxa é de apenas de 18%, ou seja, há uma diferença de 44 pontos percentuais. Em Espanha, essa diferença é de 27 pontos percentuais: 58% dos imigrantes são sobrequalificados para o trabalho que exercem, contra 31 % dos espanhóis. Portugal está, de resto, abaixo da média europeia. Segundo as contas do Eurostat, que se baseia em indicadores de 2008, 34% dos europeus com idades entre os 25 e os 54 anos e que trabalham fora do país de onde são naturais exercem funções abaixo daquelas para as quais se qualificaram. Entre os residentes de cada país, a taxa baixa para os 19%, ou seja, há uma diferença de 15 pontos percentuais. Não surpreende assim que a taxa de desemprego seja maior entre os migrantes. Entre quem trabalha no seu próprio país, o desemprego ronda os 6% na média a 27. Já entre os estrangeiros, a taxa sobe para os 10%. No caso português, os valores apontados eram de 7% para os nacionais e 9% para os estrangeiros, mas aqui as contas não traduzem a recente escalada do desemprego em Portugal (12,4% no 3.º trimestre de 2011, segundo a estimativa do INE, que conta 689,6 mil pessoas no desemprego). Do mesmo modo, contavam-se no espaço europeu 31% de migrantes em risco de pobreza, enquanto a média para os cidadãos a residir e a trabalhar no seu próprio país se fixava nos 20%. No caso português, a percentagem de nativos em risco de pobreza fixava-se nos 22%, enquanto entre os estrangeiros a residir e a trabalhar no território nacional a taxa subia para os 26%.

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