segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Estrangeiros trabalham sem descontar e surpreendem-se por não ter subsídios
Alguns imigrantes, principalmente africanos, trabalham anos sem descontar para a Segurança Social e numa situação difícil quando necessitam de alguma das prestações sociais ficam surpreendidos quando descobrem que não têm direito a qualquer subsídio, disse ontem um investigador
José Peixoto coordenou o estudo 'Imigrantes e Segurança Social' e concluiu que, apesar de ter aumentado o número de beneficiários nas prestações, o saldo entre as contribuições dos imigrantes e os subsídios recebidos é positivo, de 316 milhões de euros.
O trabalho foi ontem apresentado nas V Jornadas do Jornadas do Observatório da Imigração a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian para assinalar o Dia Internacional do Migrante .
'Do total dos imigrantes idosos, com mais de 65 anos, mais de metade não tem pensão de reforma', referiu José Peixoto durante a apresentação do estudo.
No entanto, o número de pensionistas de velhice estrangeiros aumentou de 3.049 em 2002 para 5.740 no ano passado, não ultrapassando 0,3 por cento do total de pensionistas da Segurança Social.
'A escassez de pensionistas estrangeiros contrasta com o forte aumento absoluto verificado entre a população portuguesa, na sequência do processo de envelhecimento demográfico', aponta o estudo.
Esta situação deverá alterar-se no futuro, quando os imigrantes atualmente jovens, requererem pensões de velhice, 'dentro de uma ou duas décadas'.
Mas, 'o impacto financeiro nas pensões não deverá ser muito elevado devido à ausência do sistema de proteção de alguns imigrantes, aos escassos períodos contributivos e aos rendimentos reduzidos de muitos deles', avança o estudo.
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