sábado, 18 de junho de 2011

Migrações: Números das mortes às portas da Europa são «assustadores»


O diretor da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), frei Francisco Sales, desejou hoje uma “mudança de sistema em África” para evitar a morte de quem tenta atravessar clandestinamente o mar para chegar à Europa.
Este responsável comentava os dados avançados pela agência Fides, do Vaticano, que apontavam para quase dois mil imigrantes africanos mortos nos primeiros cinco meses de 2011, na travessia do Mediterrâneo.
Para o religioso franciscano, estes são números “assustadores” e podem explicar-se pelo facto de o mundo ocidental ser “um chamariz para as pessoas que vivem no mundo mais pobre e não têm possibilidades”.
Das 1820 vítimas referenciadas, 1633 perderam a vida quando se dirigiam para Itália, indica a Fides, que aponta a Tunísia e a Líbia como principais países de origem dos fluxos migratórios de imigrantes entre janeiro e maio.
Francisco Sales considera, contudo, que os números “estão muito aquém da verdadeira realidade” porque estes são referentes apenas “aos naufrágios que são conhecidos”.
Ainda em relação aos dados fornecidos, o diretor da OCPM realça também que os números se situam apenas no Mar Mediterrâneo, pedindo que não sejam “esquecidos aqueles que morreram quando tentaram atravessar o deserto”.
Perante este flagelo, o responsável católica pede uma maior atenção por parte da “Europa e das Nações Unidas” porque se assiste a um “drama mundial onde milhares e milhares de pessoas tentam fugir da violência, morte e miséria”, admitindo que o Velho Continente “não tem capacidade para acolher tanta gente”.
“O sistema islâmico vive em confronto com o mundo ocidental e não se encontra uma coexistência pacífica e tolerância de parte a parte”, lamenta ainda.
Segundo a Fides, 17 597 pessoas morreram “ao largo das fronteiras” da Europa desde 1990.

Nenhum comentário:

Postar um comentário