quarta-feira, 4 de abril de 2018

Prefeitura diz que vai retirar venezuelanos de praças

Praça Capitão Clóvis deve ser fechada nesta quarta (4). Prefeita disse que não irá permitir acampamentos em espaços públicos (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)
A prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), afirmou nesta terça-feira (3) que todos os venezuelanos que vivem em praças públicas da capital serão retirados dos locais e encaminhados para abrigos.
“Nós não vamos deixar que haja nenhuma barraca colocada em espaço público”, disse Teresa.
Os imigrantes que vivem nos locais serão encaminhados para abrigos da capital, conforme a disponibilidade de espaço. Não há estimativa de quantos imigrantes vivem em situação de rua na cidade.
Desde o sábado (31) a prefeitura cercou a praça Simón Bolívar com tapumes e está controlando a entrada e saída no local. Nesta quarta-feira (4), a mesma ação será realizada na praça Capitão Clóvis, conforme o município.
A medida foi tomada, de acordo com a prefeita, porque carros que passavam pela praça atiravam pedras nos imigrantes, em razão do perigo de atropelamento, casos de violência e embriaguez, e para dar melhores condições de vida aos moradores.
Novos venezuelanos que quiserem se instalar nas praças serão orientados a procurar um do abrigos da capital.
Desde 2015 Roraima recebe um número crescente de venezuelanos que fogem da crise econômica e política vivida no regime de Nicolás Maduro. Nos últimos três anos, mais de 20 mil pediram refúgio à Polícia Federal. Se estima que pelo menos 450 imigrantes cruzem todos os dias a fronteira do país. Só na capital Boa Vista há 40 mil, segundo a prefeitura.
Teresa afirmou que após a retirada dos imigrantes, a praça Simón Bolívar passará por uma manutenção. Já a Capitão Clóvis será reformada. A obra irá custar R$ 2.830.019,00 segundo o Portal da Transparência.
O Exército Brasileiro informou que um novo abrigo começou a funcionar nesta terça em Boa Vista. Ele está localizado no bairro São Vicente, na zona Sul da cidade.
Este é o quinto abrigo na capital e o sexto a ser inaugurado no estado. A previsão é que um sétimo seja aberto em breve no bairro 13 de Setembro, zona Sul. Cada espaço deve abrigar cerca de 500 pessoas.
O general do Exército Eduardo Pazuello, coordenador da Força-Tarefa Humanitária do Governo Federal em Roraima, afirmou também que o abrigo do Tancredo Neves, onde 750 pessoas vivem em condições precárias, passará por uma reforma nesta quarta.
As medidas apresentados nesta quarta são resultado do trabalhado da força-tarefa criada pelo presidente Michel Temer (MDB) em fevereiro.

Controle, vacinação e interiorização

Conforme a prefeitura, na praça Simón Bolívar já foi realizada a vacinação dos imigrantes e a checagem de documentação. Além disso, foram cadastrados os venezuelanos que tem interesse em seguir para outros estados.
De acordo com Teresa, dos 937 moradores da Simón Bolívar, 70% tem interesse na interiorização. Entretanto, só poderá ser movido de Roraima quem estiver com a vacinação em dia e vivendo em algum dos abrigos.
“A Capitão Clóvis começa a ser cercada amanhã [quarta]. Todo mundo começa a ser identificado, vacinado, ver se a documentação está em dia, fazer o levantamento de quem quer ser interiorizado”, disse.
Inicialmente, segundo o Exército, 300 imigrantes venezuelanos devem ser levados a outros estados do Brasil. O trabalho está previsto para começar nesta quinta (5).

Triagem na fronteira

O general do Exército Eduardo Pazuello informou que até o final de abril uma estrutura será montada em Pacaraima, na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, para receber os imigrantes. Serão colocados na fronteira:
  • Um posto de identificação e recepção
  • Um posto de triagem
  • Um posto de atendimento avançado
Segundo Pazuello, a triagem será composta por oito salas. Lá será realizada a vacinação dos imigrantes que entram no país, avaliação de perfil, de documentação e o atendimento da Polícia Federal.
O posto de atendimento avançado, que é módulo de hospital de campanha, irá servir para atendimentos de emergência e para o isolamento de pessoas que precisem ficar em observação. Os espaços serão montados em tendas e contêineres.
O Exército trabalha com os R$ 190 milhões liberados pelo Governo Federal para atender a crise humanitária.
G1
www.miguelimigrante.blogspot.com

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