terça-feira, 17 de abril de 2018

Para o Papa Francisco, empenho de todos para abrir caminhos aos imigrantes e refugiados


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2º ponto, dos 20 que o Papa Francisco propôs para uma melhor acolhida das pessoas migrantes e refugiadas. Trata-se de ampliar, por parte dos Estados e atores envolvidos, o número e variedade de caminhos jurídicos alternativos para a migração e realojamento seguro e voluntário de imigrantes e refugiados. Em outras palavras, uma vontade política de acolhida que se traduza em ações concretas de acolhimento e proteção a quem chega de outro país. 

É uma missão de toda a sociedade e Igrejas. O papa Francisco conclama ser uma prioridade nacional esta acolhida. Isto pode acontecer por inúmeras iniciativas estatais e civis, como a concessão de vistos humanitários, ampliação de vistos de estudante dando possibilidade de estágios, inclusão na educação formal, programas que garantam a entrada legal para imigrantes em situação de vulnerabilidade, incluindo refugiados vítimas de perseguição ou desastres ambientais. 

Da mesma forma, proporcionar uma legislação que aponte para a integração local, com políticas de realojamento para refugiados; ampliar esta acolhida à refugiados, em resposta às demandas da ACNUR; proporcionar vistos de reunificação familiar, e incrementar o número de vistos, quando já existentes (incluindo avós, irmãos, netos) e proporcionar proteção, mesmo que temporária, às pessoas perseguidas em seus países. Esta acolhida exige acomodações dignas e bons serviços, contrariamente aos confinamentos forçados como temos visto acontecer em todo o mundo.

Neste segundo ponto, todos somos convocados a uma posição afirmativa e decisiva em relação à acolhida. O imigrante não é um “problemaa mais” mas um irmão, uma irmã, que demanda solidariedade e nos faz mais humanos, na medida em que não nos fechamos em nosso mundo.
Infelizmente no Brasil falta muito para esta acolhida sincera e verdadeira: governos federal, estaduais e municipais querem ganhar dividendos políticos com a questão migratória

. Outras vezes, agem tardiamente, e só por pressão. Na conquista da Nova Lei de Migração, no ano passado,senadores conservadores impuseram ao presidente Temer 20 vetos, diminuindo alguns avanços que beneficiariam os imigrantes. 

Foi o caso do partido dos Democratas, na pessoa do seu líder, senador Ronaldo Caiado, que tentou obstruir a aprovação da Lei e trabalhou nos vetos, dificultando inclusive a reunificação familiar. A luta não está sendo fácil – os imigrantes e refugiados já perceberam que não existe uma política afirmativa como a que pede o Papa Francisco. 

As taxas para a documentação continuam altíssimas, pesando sobre a família, além das dificuldades com moradia, educação e saúde continuam.  A resposta então só pode vir das organizações dos próprios imigrantes e refugiados e entidades que lhes apoiam. 

Roberval Freire
SPM – Serviço Pastoral dos Migrantes

www.miguelimigrante.blogspot.com


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