terça-feira, 4 de dezembro de 2012

IMIGRANTES: RIQUEZA PARA A IGREJA


O encontro “Pastoral de comunhão para uma evangelização renovada”, sobre imigração e evangelização, que terminou ontem em Roma, foi organizado pela Comissão Caritas in Veritate do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e contou com a participação de quarenta bispos e dos diretores nacionais das pastorais dos migrantes.
O secretário geral da CCEE, Duarte Cunha, afirmou que a crise econômica afeta especialmente os mais pobres e os que emigraram por causa da pobreza. “A pastoral da Igreja, que tem a finalidade de evangelizar e de fortalecer a comunidade, se sente interpelada a oferecer ajuda para a integração, a reforçar as relações e a acompanhar e apoiar as pessoas. Nesta hora de crise econômica, não podemos separar a ajuda social da pastoral e da evangelização”.
Os trabalhos foram abertos pelo cardeal Antonio Maria Veglió, presidente de Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, e pelo presidente da seção migração da Caritas in Veritate, o cardeal Josip Bozanic.
Bozanic destacou que os imigrantes crentes têm que ser protagonistas da missão da Igreja e não podem se limitar a dar ao país que os hospeda “só a força do trabalho ou da capacidade intelectual nos estudos”, mas também “o testemunho da fé sem medo” nos ambientes que freqüentam.
O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Salvatore Fisichella, dissertou sobre “O testemunho da comunhão eclesial para uma nova evangelização”. O prelado afirmou que a mobilidade faz parte da condição humana e que, tanto hoje quanto no passado, muitos sacerdotes “deixaram suas casas para acompanhar os imigrantes em diversos países europeus”.
Ele recordou ainda que milhões de cristãos, principalmente católicos, emigraram nas últimas décadas para a Europa, Canadá e Estados Unidos, provenientes do Leste Europeu, da América Latina e das Filipinas, e constituem “uma riqueza para a nova evangelização. É necessário defendê-los de fatores que os impedem de conservar a fé e as tradições”.
Foi abordado também o termo “pastoral da comunhão”, que já entrou no cotidiano da teologia pastoral. Uma comunhão que deve superar situações concretas, como a dos novos migrantes. É uma fraternidade querida por Cristo: ut unum sint.
Sobre “Comunhão e Pastoral, uma visão da Igreja Católica do Leste”, pronunciou-se o secretário da Congregação para as Igrejas Orientais, o arcebispo Cyril Vasil, SJ. Já as “Diretrizes para uma pastoral de comunhão nas migrações” foram abordadas pelo diretor do Instituto Internacional de Migrações dos Escalabrinianos, pe. Fabio Baggio. A “Nova evangelização e a mobilidade humana” foi tratada por dom Giancarlo Perego, diretor geral da Fundação Migrantes.

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