quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Mais de 4 milhões de crianças refugiadas não vão à escola no mundo, diz ONU

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Quatro milhões de crianças refugiadas não frequentam a escola, afirmou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), em relatório divulgado nesta quarta-feira (29). Este dado representa um aumento de 500 mil crianças fora da escola em apenas um ano.
O relatório "Turn the Tide: Refugee Education in Crisis" (Inverter a Tendência: Educação de Refugiados em Crise, em tradução literal) mostra que, apesar dos esforços dos governos, do ACNUR e de seus parceiros, a matrícula de crianças refugiadas na escola não consegue acompanhar o crescimento dessa população no mundo.
No final de 2017, havia mais de 25,4 milhões de refugiados em todo o mundo, 19,9 milhões deles sob o mandato do ACNUR. Mais da metade (52% ) eram crianças – 7,4 milhões em idade escolar.
"A educação é uma forma de ajudar crianças a se curarem, mas é também a maneira de reconstruir países inteiros", disse Filippo Grandi, alto-comissário das Nações Unidas para refugiados. "Sem educação, o futuro das crianças e das comunidades que as integram será absolutamente comprometido".
Apenas 61% das crianças refugiadas frequentam o ensino fundamental, em comparação com 92% das crianças no mundo.
À medida que as crianças refugiadas ficam mais velhas, essa lacuna aumenta. Quase dois terços das crianças refugiadas que frequentam o ensino fundamental não chegam ao ensino médio. No total, 23% das crianças refugiadas frequentam o ensino médio, em comparação com 84% das crianças no mundo.
No nível universitário, a lacuna se torna um abismo. Globalmente, a matrícula no ensino superior é de 37%, enquanto apenas 1% dos refugiados tem a mesma oportunidade - um número que não mudou em três anos.
"A escola é o primeiro lugar em meses ou até mesmo em anos em que crianças refugiadas encontram alguma normalidade", acrescenta Grandi. "Com base nos padrões atuais, a menos que seja feito um investimento urgente, centenas de milhares de crianças se juntarão a essas tristes estatísticas".
O relatório destaca o progresso feito pelos países comprometidos com a Declaração de Nova Iorque para Refugiados e Migrantes em matricular um adicional de 500 mil crianças refugiadas em 2017 que estavam fora da escola. Ao mesmo tempo, o relatório recomenda que mais ações sejam feitas para garantir que todos os refugiados recebam a educação de qualidade que merecem.
O relatório encoraja que os países de acolhimento inscrevam crianças refugiadas nos sistemas nacionais, com um currículo adequado, desde o ensino fundamental até o ensino médio, para garantir que tenham as qualificações reconhecidas e continuar os estudos, matriculando-se em universidades ou obtendo uma formação profissional superior.
Além disso, é importante notar que os países em desenvolvimento abrigam 92% dos refugiados em idade escolar e precisam de mais apoio financeiro da comunidade internacional.
Por fim, o relatório apela para parcerias mais fortes com o setor privado, organizações humanitárias e de desenvolvimento e governos para aumentar as soluções sustentáveis para a educação de pessoas refugiadas.

Sobre o relatório

“Turn the Tide: Refugee Education in Crisis” é o terceiro relatório anual de educação do ACNUR. O primeiro, "Missing Out", foi lançado em 2016, antes da Conferência para Refugiados e Migrantes durante a Assembleia Geral da ONU em setembro de 2016.
Este relatório solicitou aos doadores que fornecessem financiamento plurianual e previsível para a educação de refugiados. O segundo, "Left Behind", foi lançado em 2017 e destacou a lacuna de oportunidades entre as crianças refugiadas e seus colegas não refugiados, solicitando que a educação seja considerada fundamental na resposta às emergências de refugiados.
O documento inclui um prefácio de Filippo Grandi, alto-comissário da ONU para Refugiados, bem como as observações finais da enviada especial do ACNUR, Angelina Jolie.
Saiba mais sobre o relatório aqui: https://goo.gl/21T7E4.
Onu
www.miguelimigrante.blogspot.com

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