O Secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin, abriu na manhã desta terça-feira (06/03), no Vaticano, o encontro da Comissão internacional católica para migração (ICMC). O organismo reúne representantes das Conferências episcopais e das agências católicas que se ocupam de migrantes e refugiados e está presente em 50 países no mundo inteiro.
A Comissão
A ICMC foi criada após a II Guerra Mundial, quando houve um maciço movimento de refugiados no mundo e o Papa Pio XII a instituiu como representante católico de informação e coordenação. O objetivo era promover a aplicação dos princípios cristãos e políticas de proteção da família no campo das migrações.
Desde então, a ICMC tem tecido relações e colaborado com agências governamentais e não-governamentais em muitos países e promovido o diálogo entre atores de diferentes denominações cristãs. Além de parcerias com importantes instituições internacionais, a Comissão trabalha em contato direto, há pouco mais de um ano, com a Seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
Pessoas e não números
Em seu discurso aos participantes do encontro, o Cardeal Parolin enalteceu a contribuição do ICMC na preparação dos Global Compacts (Pactos Globais) por uma migração segura, ordenada e regular e pelos refugiados.
“Esperamos que estes dois documentos possam responder às necessidades de maior proteção e tutela dos direitos humanos destas pessoas diante das reticências de vários países”, afirmou.
“Fala-se não de números mas de pessoas: homens, mulheres e crianças que têm um rosto, que muito sofrem e que são descartados”.
O Secretário de Estado ressaltou o apoio da ICMC em manter unidas as famílias, um aspecto que considera delicado e que requer maior atenção e acompanhamento.
Outra ‘frente’ apresentada é a negação do acolhimento. “Embora muitas nações devam seu desenvolvimento aos migrantes e apesar de suas experiencias terríveis serem divulgadas, a migração é vista somente como emergência ou perigo, mesmo sendo um elemento comum em nossas sociedades”, destacou.
Difundir uma percepção equilibrada e positiva da migração
O Cardeal Parolin recordou as palavras do Papa em defesa da ‘cultura do encontro’, capaz de construir um mundo mais justo e fraterno e frisou que trabalhar por uma mudança de atitude neste sentido é um dos compromissos mais urgentes hoje.
E ainda mencionando palavras do Pontífice, o Cardeal encerrou:
"Levemos a todos, através do nosso amor concreto, o anúncio livre do amor de Deus que acolhe, protege, sabe valorizar e fazer sentir parte de Sua família".
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