sábado, 3 de março de 2018

Haitianos radicados em Jaraguá do Sul estão organizados em associação



Em 2015 a estimativa era de que pelo menos 600 haitianos residiam e trabalhavam em Jaraguá do Sul -Santa Catarina -. Porém, a crise econômica brasileira fez com que muitos deles buscassem outros destinos, voltando para o Haiti, mesmo com a precária situação que o país ainda vive (embora pouco, há empregos lá), Chile e até mesmo os Estados Unidos, agora ainda mais rigorosos com imigrantes. Restaram cerca de 200 deles na cidade, hoje todos empregados. Foi pensando nas dificuldades enfrentadas com a língua, principalmente, documentos e empregos, por exemplo, que François e outros cinco amigos começaram a pensar sobre uma forma de apoiar aqueles que já estavam por aqui e os que chegavam.

E foi em 27 de outubro daquele ano, que seis haitianos reunidos na Igreja Batista do Bairro Rau, fundaram em Jaraguá do Sul a Associação de Movimento Social para Reunião dos Haitianos no Brasil, presidida por François e que tem Jean Wendy Luc na vice-presidência. Foram motivados pelo assassinato de um compatriota em Itajaí, crime até hoje sem solução. 

Com apoio decisivo da contadora Neusa da Silva Marques Barth, também procuradora da entidade, a Associação passou a ter existência legal. E, por força de proposição do vereador Pedro Garcia (MDB), a Câmara de Vereadores concedeu o reconhecimento de utilidade pública. O que dá a condição de participar de benefícios oriundos de políticas sociais desenvolvidas pelo município. 

Boa acolhida

“O que queremos é dar apoio para haitianos e estrangeiros de outras nacionalidades que chegam à cidade em busca de uma nova vida. Porque aqui não temos abrigos temporários e nenhum tipo de ajuda do governo”, lembra François. Exceto em um único caso onde a empresa alegou não contratar estrangeiros, 

François Louis diz que sempre teve boa acolhida em todas as vezes que procurou trabalho. Ele não acalenta esperanças de que seu país seja reconstruído tão cedo, mas diz que “apesar de ser um lugar um pouco caro para se viver, pelo menos aqui não temos violência, a gente se sente mais seguro”. Hoje, as reuniões da Associação acontecem em espaço cedido pela Igreja Matriz São Sebastião. Fanáticos por futebol, todos os domingos à tarde um grupo se reúne no campo da Associação dos Servidores Públicos Municipais (Arsepum). A pretensão, inclusive, é disputar o campeonato varzeano da cidade.

Texto Celso Machado
JDV.COM

www.miguelimigrante.blogspot.com

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