O papa Francisco instou
hoje à abertura de "novos corredores humanitários" para os refugiados
e denunciou o medo dos estrangeiros, numa visita à comunidade católica
Sant'Egidio, que festeja em 2018 os seus 50 anos.
"Continuem a abrir
novos corredores humanitários para os refugiados da guerra e da fome. Os pobres
são o vosso tesouro", afirmou o papa, na basílica de Santa Maria em
Trastevere, em Roma, sob os aplausos dos membros da comunidade muito ativa no
acolhimento a refugiados e nas mediações de paz em zonas como na República
Centro-Africana.
O chefe da igreja
católica elogiou a missão da comunidade para "criar uma sociedade que não
considera ninguém como estrangeiro", e a sua "missão para atravessar
as fronteiras e os muros", em oposição ao mundo atual "habitado pelo
medo".
Nas recentes eleições
legislativas em Itália registou-se um avança histórico do movimento
antissistema Movimento 5 Estrelas e da extrema-direita, que prometeram nos seus
programas eleitorais o repatriamento de imigrantes não legalizados.
"A nossa era
experimenta um grande medo face aos vastos contornos da globalização. E o medo
geralmente volta-se contra as pessoas que são estrangeiras, diferentes, pobres,
como se elas fossem o inimigo. Então defendemo-nos dessas pessoas, pensando em
preservar o que temos e quem somos", referiu.
Para o papa, o
"futuro do mundo global é viver em conjunto", um ideal que
"requer o compromisso de construir pontes, manter o diálogo aberto,
continuar a encontrar-se".
"Todos somos
chamados a mudar o nosso coração, a ter um olhar misericordioso",
acrescentou.
Corredores humanitários
foram abertos em dezembro de 2015 graças à comunidade de Sant'Egidio, à
Federação de Igrejas evangélicas italianas e à Igreja valdense e que permitiram
fazer chegar a Itália cerca de mil refugiados, sobretudo sírios.
Este modelo, aplicado
também em França e na Bélgica, visa evitar que os migrantes enfrentem os
perigos das viagens clandestinas e garantir apoio à integração.
DN
www.miguelimigrante.blogspot.com
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