O Brasil criou uma força-tarefa para
controlar o ingresso de venezuelanos em Roraima, medida anunciada em visita do presidente Michel
Temer na segunda-feira (12) a Boa Vista. De acordo com o plano,
haverá aumento de 100 para 200 homens nos pelotões de fronteira no Estado e
duplicação dos postos de fiscalização. O governo federal pretende aplicar R$ 15
milhões na contenção de novos refugiados – alguns dos quais são usados pelo
crime organizado – e na ajuda para os que já chegaram.
Segundo a Polícia
Federal, 42 mil imigrantes venezuelanos entraram em 2017 por via terrestre em
Roraima e não saíram. Isso equivale a 10% da população do estado, de 400 mil
moradores. Depois do anúncio da assinatura de uma medida provisória decretando
uma espécie de “estado de emergência social” na região, os ministros da Defesa,
Raul Jungmann, do Gabinete de Segurança Constitucional (GSI), Sérgio
Etchegoyen, e da Justiça, Torquato Jardim, detalharam algumas das medidas.
No que se refere ao
Ministério da Justiça, 32 homens da Força Nacional que estão em Manaus serão
deslocados para Roraima e oito caminhonetes, assim como motocicletas, serão
levadas para ajudar no patrulhamento. Um hospital de campanha será montado em
Pacaraima, cidade fronteiriça.
Novos centros de
triagem devem ser instalados na região. O ministro da Justiça falou em R$ 700
mil iniciais para a instalação das unidades e anunciou nova reunião em 14 de
março, para tratar especificamente da população indígena. Ele reiterou que após
o carnaval um censo entre os venezuelanos definirá quais serão enviados para
São Paulo, Paraná, Amazonas e Mato Grosso do Sul. Jungmann ressaltou a
necessidade de distribuição dos imigrantes pelo País, salientando que “este é
um problema nacional, que se dá pelo norte do País por uma questão de
fronteiras”.
Temer, que não
chegou a passar pelas ruas e praças de Boa Vista tomadas pelos imigrantes,
listou o fluxo de refugiados para o Estado como um problema grave, que pode ter
impacto em outras partes do País. “Todos os recursos necessários serão usados
para solucionar a questão”, prometeu, indicando que pretende resolver a questão
este ano. De acordo com o presidente, a governadora de Roraima, Suely Campos,
mencionou que cidadãos do país vizinho estariam “tirando emprego de
roraimenses”. “Temos milhares de venezuelanos em Roraima que demandam remédios
e alimentação e não podemos e nem queremos fechar as fronteiras”, afirmou
Temer. O presidente anunciou revalidação de diplomas para professores e médicos
venezuelanos, como forma de aumentar a participação deles na assistência.
Canadá, Estados Unidos e União Europeia já ofereceram ajuda para controlar o
fluxo desordenado.
A governadora de
Roraima entregou um documento com 11 sugestões, entre as quais está a atuação
do Exército no policiamento ostensivo em Pacaraima. Ela afirmou que o crime
organizado aproveita a vulnerabilidade dos venezuelanos para fazê-los
transportar drogas e armas para o Brasil.
Gazeta do Povo
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