terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Mais de 1,2 mil crianças morreram desde 2014 tentando migrar

Quase metade delas faleceu ao tentar atravessar o Mediterrâneo rumo à Europa. As informações foram divulgadas neste mês (16) pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). Agência da ONU afirmou que o número real de óbitos deve ser bem maior, uma vez que faltam dados precisos sobre a idade de quem cruza fronteiras.
Refugiados chegam à ilha de Lesbos, na Grécia. Foto: OIM/Amanda Nero
Refugiados chegam à ilha de Lesbos, na Grécia. Foto: OIM/Amanda Nero
Desde 2014, mais de 1,2 mil crianças migrantes morreram. Quase metade delas faleceu ao tentar atravessar o Mediterrâneo rumo à Europa. As informações foram divulgadas neste mês (16) pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). Agência da ONU afirmou que o número real de óbitos deve ser bem maior, uma vez que faltam dados precisos sobre a idade de quem cruza fronteiras.
As 1.202 mortes de menores de idade representam menos de 5% do total de falecimentos contabilizados pela OIM. Contudo, crianças e adolescentes somam 12,5% das pessoas consideradas migrantes pelo organismo global.
Aproximadamente um quarto dos cerca de 1 milhão de migrantes que chegaram por mar à Itália e à Grécia em 2015 era de crianças. No caso da Itália, 72% dos meninos e meninas que aportaram no país estavam sem a companhia de um responsável.
Por isso, a agência das Nações Unidas estima que mais crianças tenham morrido ao se deslocar atravessando países, tendo em vista que a proporção de jovens entre os migrantes é bem mais alta do que os índices de óbitos já registrados.
“Estamos cientes de que há um número crescente de crianças em movimento”, afirmou o diretor do Centro Global de Análise de Dados de Migração, Frank Laczko. “Em apenas 40% dos casos em que registramos a morte de um migrante, nós somos capazes de estimar a idade da pessoa que morreu. É extremamente difícil encontrar dados desagregados por idade.”
Em apenas 21% dos mais de 1,2 mil episódios de morte verificados pela OIM, a idade da criança era conhecida. Segundo a agência da ONU, fontes muitas vezes mencionam apenas que a pessoa falecida era um menor, sem indicar a idade exata da vítima — o que torna difícil para agências humanitárias identificar quais as faixas etárias mais vulneráveis.
Entre as crianças que morreram e tiveram sua idade identificada, a média era de oito anos no momento do óbito. Cinquenta e oito meninos e meninas tinham menos de um ano e 67 tinham entre um e cinco anos de idade.
Embora não seja possível determinar qual rota é mais perigosa para as crianças migrantes, uma vez que os dados coletados pela OIM não representam a totalidade dos casos de morte, o Mar Mediterrâneo foi o local do maior número de óbitos confirmados pela agência da ONU. Ao menos 396 migrantes menores de idade morreram na travessia do Mediterrâneo Oriental. Outras 164 mortes foram identificadas na rota do Mediterrâneo Central e 16, no Mediterrâneo Ocidental.
Outro relatório da OIM calcula que pelo menos 1,3 mil crianças morreram no Mediterrâneo desde 2014 — isso porque menos de 20% das mais de 15 mil mortes na região foram registradas com informações sobre a idade da vítima.
Das mais de 1,2 mil crianças mortas, 803 vinham da Ásia, incluindo o Oriente Médio. Outras 171 eram do continente africano e 61, das Américas. A origem das outras 167 crianças falecidas permanece desconhecida.
Onu
www.miguelimigrante.blogspot.com

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