Neste ano de 2018, em
âmbito mundial, governos negociarão o Pacto Global para Migração por meio ONU –
Nações Unidas. Pela primeira vez será proposto um acordo neste sentido,
muito embora não seja um tratado formal nem exija vínculos e obrigações dos
Estados.
Se por um lado é uma
oportunidade para os lideres superarem os preconceitos e xenofobias, por outro
há quem pense num controle permanente e “global” a estes movimentos pois se
sentem ameaçados pelos migrantes. Em 19 de setembro de 2016, 193 Estados
membros da ONU emitiram a “Declaração de Nova York”, já pensando numa migração
“segura, ordenada e regular” – e, claro, sem participação dos migrantes e
refugiados. Perguntamos: será que há de fato uma preocupação humanitária para
com estes deslocamentos em massa?
A ACNUR (Agência das Nações Unidas para
Refugiados) e a OIM (Organização Internacional para as Migrações), organizações
dentro da ONU, tentam levar adiante
estas negociações e sabem das tensões que perpassam as nações neste tema,
sobretudo as de “destino” dos migrantes. Como todos sabemos, o Capital não tem
fronteiras mas os muros aos migrantes são inúmeros.
Preocupado com as
populações migrantes e refugiadas, seus deslocamentos forçados, e crescente
xenofobia no mundo, o Papa Francisco
aprovou Vinte Pontos que serão a
refereência na Igreja para os Pactos Globais. Sua experiência pastoral está
refletida nestes Pontos, bem como a ajuda valiosa de diversas Conferências
Episcopais e organizações católicas que atuam juntos aos migrantes Os Vinte Pontos foram preparados pela
Secção para os Migrantes e Refugiados do Vaticano (Dicastério para a Promoção
do Desenvolvimento Humano Integral). A base destes Vinte Pontos são quatro
pilares que devem pautar a humanidade num mundo em mobilidade: ACOLHER,
PROTEGER, PROMOVER E INTEGRAR. Nos próximos artigos sobre migrações e refúgio,
iremos refletir um ponto de cada vez, em vista de um mundo mais fraterno e sem
barreiras e discriminações.
Roberval Freire
Serviço Pastoral dos
Migrantes
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