quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Deportada dos EUA, brasileira fica sem filha de 5 anos



Deportada dos Estados Unidos em junho de 2011, depois de passar 64 dias presa, a brasileira Rilvane dos Santos Miranda voltou para Rondônia sem a filha de 5 anos e iniciou uma campanha pela internet para conseguir o direito de viver ao lado da criança no Brasil.

A menina vive em Boston com o pai, que não quer deixar os Estados Unidos e conseguiu a guarda provisória da menor. As informações são do site BetoMoraes.com e outros sites na internet.

Rilvane, de 30 anos, foi presa em 14 de abril do ano passado após ser flagrada dirigindo sem carteira de motorista e teve a custódia repassada para o Serviço de Imigração. Ela tinha carta de deportação expedida desde 2005, quando entrou no país ilegalmente através da fronteira com o México e não compareceu à Corte. Rilvane havia sido beneficiada na entrada com uma carta que lhe dava o direito de ficar no país por apenas seis meses.

Comunidade News
Em vídeos colocados na internet, Rilvane alega que no período em que estava presa não teve direito de ver a filha, Sarah Rabaça Duarte Miranda, e nem mesmo de discutir sobre a ida da menor para o Brasil. Além disso, ela acusa o pai da criança, Célio Duarte, de ser negligente e de tentar se beneficiar da presença da filha para uma legalização. E diz que o governo americano não ouviu os seus apelos.

“Eu fui praticamente forçada a vir embora sem a Sarah, pois me garantiram que o governo brasileiro tinha um departamento específico para lidar com este tipo de situação, o que não é verdade. É incrível descobrir que para os Estados Unidos é mais importante expulsar uma imigrante ilegal do que se preocupar com o bem-estar de uma cidadã norte-americana, que está afastada da mãe numa idade tão delicada”, argumenta.

Célio Duarte, motorista de um restaurante de Everett, conseguiu a guarda provisória de Sarah e vai disputar com Rilvane a guarda definitiva em nova audiência no dia 28 de março. “A minha filha vive bem aqui, ao lado das irmãs (Célio tem outra filha de 10 anos), minha esposa que está grávida e tem um comportamento exemplar na escola, com direito a ser chamada inclusive de destaque”, afirma ele. “Ela tem uma família aqui e mais chances num país que oferece melhores condições para a criança”, explica.

Duarte desmente as afirmações de Rilvane sobre ter rompido acordos e não ter honrado compromissos financeiros com ela e se defende dizendo que ‘esse não é o momento para se discutir isso’.

“As terras que alega que abriu mão eram minhas antes de a conhecer. Eu ainda as pagava, mas eram minhas”, disse. “Quanto ao dinheiro, ela me emprestou $6 mil e eu paguei. Apenas há outra divergência. Quando eu contraí o empréstimo, o dólar valia R$ 2,40 e quando fui pagar, com a cotação na faixa de R$ 1,70, ela quis a diferença”, explica.

Rilvane será representada na audiência do dia 28 de março por um advogado contratado pelo consulado brasileiro de Boston. Ela acredita que pode provar que a filha vivia melhor ao seu lado e que o pai não dá atenção para a criança.

A brasileira acredita que a Justiça americana possa compreender que ela jamais quis se afastar da criança e coloca suas esperanças no retrospecto de guardas concedidas a mães.

Já Duarte acredita que possa provar que a criança passará dificuldades morando no interior de Rondônia.


Nenhum comentário:

Postar um comentário