sábado, 20 de maio de 2017

Cannes 2017 : Jupiter's Moon lança um olhar surreal sobre os refugiados e imigrantes

No novo filme de Kornél Mundsruczó, ‘Jupiter’s Moon’, apresentado na Mostra Competitiva, imigrantes, refugiados, fronteiras e cercas se mesclam ao surrealismo poético que bate à porta e torna o filme um tanto quanto mais leve.
Com ritmo ágil e bem elaborado, Kornél mostra neste longa de ação o jovem imigrante Aryaan (Zsombor Jéger), baleado ao tentar cruzar a fronteira da Sérvia para a Hungria, juntamente com seu pai.
Após os tiros, ele se transforma em uma espécie de anjo, que levita e tem o poder de voar.
Descoberto em um campo de refugiados pelo Dr. Stern (Merab Ninidze), o jovem é visto pelo médico como uma oportunidade única de enriquecimento e ele se aproveita de seus poderes.
Ele apresenta Aryaan aos seus pacientes mais abastados e promete milagres enquanto abocanha dos ‘fiéis’ enormes quantias.
Dr. Stern é encarregado dos pacientes no campo de refugiados, recebe propina para levá-los à fronteira, tem acesso à polícia local, no caso o violento László (György Cserhalmi), policial da fronteira que não mede esforços para tentar barrar a entrada dos imigrantes em seu território.
Como cita o médico em um momento de esclarecimento: “Não existem lugares seguros quando você sofre com as injúrias causadas ao longo da história”.
Jupiter’s Moon poderia sim ser um filme de grande impacto, mas peca pela sutileza e a falta de aprofundamento no tema. Mesmo assim lança mais uma vez o olhar sobre a questão que não deixa de ser real, até mesmo na ficção de Kornél.
Paula Prattini
Finissimo
www.miguelimigrante.blogspot.com

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