Iniciativa objetiva notificar e
cobrar ação do Governo Federal em relação aos estrangeiros que vivem em
condições sub-humanas
O
Ministério Público Federal (MPF), de Criciúma, por intermédio do Procurador da
República, Darlan Airton Dias,
propôs uma ação cautelar com pedido de liminar à União, órgão responsável por
conduzir a política de imigração, para que medidas emergenciais sejam adotadas
frente ao problema humanitário decorrente da chegada de centenas de imigrantes
estrangeiros em busca de trabalho, especialmente, ganeses na região de
Criciúma.
Segundo dados
fornecidos pela Polícia Federal, mais de 90% dos imigrantes são procedentes de
Gana, mas há também imigrantes de outros países, como: Haiti, Somália, África
do Sul, Paquistão, Nigéria, Quênia, Zaire, Congo, Togo, Benin, Guiné, Egito,
Camarões, Moçambique, Bangladesh, Iraque, Síria e República Dominicana. Muitos
deles, inclusive, adolescentes, que entraram desacompanhados no Brasil e estão
vivendo em condições sub-humanas, passando fome e frio, a espera da
regularização da documentação e da obtenção de trabalho.
De
acordo com dados da secretaria de Sistema Social de Criciúma, há
aproximadamente 500 estrangeiros em situação desumana na cidade. Até o momento,
todas as tentativas de buscar apoio do Governo Federal não foram atendidas. “As
nossas correspondências não são respondidas. Estamos muito felizes com essa
intervenção, pois só assim o Governo Federal entenderá o que estamos passando.
Esperamos que com essa ação consigamos solucionar este problema”, frisa a
secretária pasta, Solange Barp.
Conforme Solange,
a grande maioria dos imigrantes estão vivendo em lugares cedidos pela
comunidade, pois o município não tem recurso e nem meios legais para
providenciar abrigo aos imigrantes. “Dessa forma, o Governo Federal terá
conhecimento da nossa realidade. Eu não consigo fazer nada legalmente. Estamos
dependendo da boa vontade da comunidade. Fizemos um planejamento para o ano e o
município não esperava uma situação dessas. Não conseguimos fazer nada sem
recurso”, explica a secretária.
Na
ação encaminhado à União o Ministério Público Federal elencou em cinco tópicos
às prioridades sobre o caso. O MPF pede que a União:
- preste
assistência humanitária de urgência aos imigrantes estrangeiros que se
encontram na região de Criciúma, diretamente ou por meio de repasse de verbas
aos Municípios, incluindo alimentação, abrigo, higiene, vestuário e serviços
básicos de saúde;
- lotes servidores na Delegacia da Polícia Federal de Criciúma e na Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Criciúma, com habilidade de comunicação em inglês, especificamente para atender os imigrantes requerentes de refúgio;
- lotes servidores na Delegacia da Polícia Federal de Criciúma e na Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Criciúma, com habilidade de comunicação em inglês, especificamente para atender os imigrantes requerentes de refúgio;
- realize um cadastramento dos imigrantes estrangeiros que se encontram na região de Criciúma, identificando quem são, quantos são, de que nacionalidade, se já protocolaram o pedido de refúgio, se já obtiveram a Carteira de Trabalho, onde estão vivendo e se já estão trabalhando;
- apresente um cronograma para julgamento dos pedidos de refúgio no Conselho Nacional de Refugiados (Conare);
- informe ao Juízo qual a política para fornecimento de vistos de turista a estrangeiros, especialmente nas Embaixadas do Brasil em Accra e Malabo, e para entrada de adolescentes desacompanhados no País. Criciúma,
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