O número de estrangeiros barrados ao tentar entrar no Brasil aumentou mais de 1.000% entre 2008 e 2011, de acordo com a Polícia Federal. No mesmo período, o fluxo de turistas internacionais no país cresceu só 7% -de 5 milhões para 5,4 milhões-, e as autorizações de trabalho para estrangeiros, 60,3%. Em 2011, 10.218 viajantes foram impedidos de entrar em território nacional -uma média de 28 por dia. Em 2008, o total de barrados foi de 884. Principal porta de entrada do Brasil, o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, barrou cinco estrangeiros ao dia no ano passado. Entre 2008 e 2011, o número saltou 258% -foi de 544 para 1.950. Esses estrangeiros são impedidos de entrar seja pela falta de documentos ou por não atenderem a pré-requisitos exigidos pela legislação.
O número de "impedidos" foi levantado pela Polícia Federal a pedido da Folha e abrange o controle de imigração em portos, aeroportos e nas fronteiras secas.
O aumento de postos de controle nas fronteiras, a informatização do registro de entrada e saída e o desconhecimento de regras para o ingresso no país são apontados como principais motivos para a evolução dos números.
Para George Galindo, professor de Direito Internacional da Universidade de Brasília, outro fator deve ser considerado. "A explicação mais plausível e provável é essa ideia muito propalada de que o Brasil está se transformando num oásis econômico."
Ele pondera que o aumento de barrados no Brasil pode ser então um reflexo de uma postura mais rigorosa das autoridades brasileiras.
Esse aumento da rigidez está previsto agora no ingresso de espanhóis em território nacional. A partir de hoje, serão exigidos os mesmos pré-requisitos solicitados aos brasileiros em viagem ao país europeu, como comprovação de hospedagem e um mínimo de recursos para ficar no Brasil.
Para a diplomacia espanhola, a decisão do Itamaraty de mudar as regras foi um claro sinal de retaliação, ainda que tardia, de episódios recorrentes no passado de brasileiros barrados no aeroporto de Barajas, em Madri.
A lista de barrados é liderada por filipinos, em grande parte contratados por empresas brasileiras para exercer atividades
Mas as Filipinas não eram signatárias da convenção até 2011, e muitos chegaram com documentação insuficiente.
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